Enquanto, fazia a sesta do almoço, deixei minha mente passear livremente, indo descaradamente visitar os mais escondidinhos pensamentos que ainda povoam esta senhora que deveria por força dos atávicos costumes, estar cuidando dos netos ou fazendo qualquer atividade, onde as perspectivas de futuro, simplesmente não existissem.
É, mas aí, eu não seria a dona Regina, esse furacão passional, repleta de planos, como se a vida, jamais fosse se acabar.
Afinal, o que eu posso fazer contra as circunstâncias que estão, constantemente, batendo na minha porta, exibindo oportunidades para eu ser feliz.
Renegá-las?
Não seria justo jogar pela janela o tudo de bom que, não só me atrai, como me faz sorrir.
E pode haver alguma coisa mais fabulosa nesta vida que sorrir, pensando, criando e se regozijando, repleta de planos, mesmo em meio as também, incertezas?
Sorrir até mesmo pela própria estupidez nisto ou naquilo, consolando-se, porque, afinal, ninguém é capaz de tudo dominar, como por exemplo, este piano que ouço, magistralmente executado, permitindo-me escrever livremente, sem sequer me interromper ou me distrair, até mesmo, nos seus acordes mais rápidos e contundentes, desta incrível área Chopiniana.
Será esta a forma que encontrei da bendita liberdade em ser e querer tudo quanto, me faça sorrir, indo com pássaros e borboletas, degustar seja lá o que for, tal qual, fiz e faço com as mangas doces e carnudas dos muitos verões de minha vida, mesmo estando como agora, num melancólico outono?
Provavelmente...
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