O complexo de vira-lata foi criado no final dos anos cinquenta, pelo dramaturgo e jornalista brasileiro Nelson Rodrigues como “a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”.
Esse jargão que foi criado pouco depois do meu nascimento, sempre teve relevância norteadora de minhas avaliações dos comportamentos sociais, portanto, volta e meia, cá estou identificando-o.
Tudo teria começado com a derrota da seleção brasileira na Copa de 1950. A expressão ganhou o mundo e perdura através da passagem do tempo.
Infelizmente, o complexo de vira-lata serve como um pedido de aceitação e abdicação da própria imagem. Boa parte do povo brasileiro não se entende como tal e, por isso, não desenvolve o sentimento de pertencimento ao seu espaço de vivência e ao país como um todo, aceitando o indigno como natural
O primeiro passo, imperioso, para superar o complexo de vira-latas é admitir que ele existe, através de tudo que se apresenta e dificulta o cotidiano, na verdade é um problema que precisa ser enfrentado, mesmo que esse, esteja sendo provocado e mantido por uma sucessão de governos injustos e crueis.
O que éo nosso caso em Itaparica.
Portanto, olhar, com franqueza e respeitoso carinho para si mesmo e ao redor de si, observando com compaixão o quanto, sua inércia, flagelou a sua vida, com certeza é o primeiro de infinitos outros que certamente, te serão libertadores.
Afinal, se nada mais foi que um vira-latas pulguento, andar na lama e no lixo lhe pareceu sempre absolutamente normal, mas não o é, você é gente, tem raciocínio e sentimentos capazes de te motivarem a se respeitar e a se querer bem mais que os restos dos farnéis alheios.
Pense nisso, quando teus pés afundarem na lama, bem diante do portão de tua casa.
Pense nisso, quando o cheiro do lixo da esquina invadir as tuas narina.
Pense nisso, quando doente, precisar implorar por um atendimento médico, um remédio ou uma simples atenção misericordiosa para si mesmo ou para um ente querido.
Pense nisso, quando teu filho volta da escola esfomeado, porque o lanche foi um suco ralo e biscoito Maria e em tua mesa, nada tens a oferecer, porque estás desempregado.
Pense nisso, quando sentires medo por ti e pelo teu filho, que sem perspectivas, entregou-se a marginalidade.
Pense nisso e pelo amor de Deus, diga a si mesmo que você não merece.
Fiz de meu trabalho profissional um modesto propagador da bendita ética cidadã, pois, compreendi ser o único caminho que faria sentido, já que para o tudo mais, não faltavam profissionais e qualificações. Afinal, alguém precisaria peregrinar lembrando por todo o tempo que a vida é maravilhosa, que cada ser humano é incrivelmente completo e que honrar a própria vida é prioridade, tornando-se um resistente contra todo e qualquer sistema político que insistir e nos flagelar.
É preciso não aceitar e muito menos calado e sem lutas as latas de lixo que esse sistema bruto e FDP, nos enfia goela a baixo.
Afinal, se nos consideram e assim nos tratam como vira -latas, reagiremos sempre no mínimo, com uma dura e constante resistência, afim de dificultarmos o quanto pudermos, suas ações criminosas.
Na medida em que lutamos, tudo começa a mudar a partir de nós, abrindo espaço para as benditas alternativas que existem por todo o tempo, mas que como vira-latas não enxergamos.
Legislativo, Executivo, TCM, MP e Polícia, seja estadual ou Federal, existem e são pagos por nós para nos defender e não, para manter o lixo agrupado para dele, saciarmos a nossa miséria de eternos vira-latas sociais.
A intenção agora é um tal empréstimo de oito milhões, numa cidade pequena como Itaparica e que já arrecada 105 milhões ano.
Para que, só o Diabo para explicar...
No momento, a improbidade, só está dependendo da aprovação da Câmara de vereadores, naturalmente e silenciosamente, nos porões da vergonha.
Casa da cidadania pra quem?
Aonde foi parar a garra cidadã de Maria Felipa?
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