DE REPENTE ao desligar o notebook na noite de ontem, dei-me conta que minha boca amargava, meu estômago doía e que havia uma certa aceleração cardíaca.
Precisei de algum tempo para estabilizar-me e aí, questionei, se valeria insistir em gastar as minhas energias em lutas sociais?
Afinal, como critica severa de minhas ações e reações, havia sido nítida a minha falta de paciência e minha escassez argumentativa, faltando-me os adjetivos politicamente corretos, para nomear todo um absurdo que se estampava e pior, que sempre se estampou, sem que nada, absolutamente nada de consistente fosse feito, afim de estancar as improbidades, soterrando a falta do tão necessário, respeito as causas públicas.
Busco respostas, afinal, como eu poderia direciona-las a uma atividade com mais possibilidades futuras, já que a atual, notoriamente atávica, em nada evolui.
Lembrei-me dos muitos escritos, dos infindáveis estudos, dos profundos mergulhos em mim, apenas querendo não estagnar, evitando a todo custo, desperdiçar sem sentido o tempo e o espaço, nos quais, eu estava inserida neste espetáculo de vida.
Nesse instante, começo a ouvir os pássaros que estão chegando e outros acordando, colocando sonoridade e beleza neste pedacinho de éden que finjo ser meu, mesmo consciente de que, tão somente, é mais um abrigo que encontrei nesta viagem existencial.
Ainda agora, não tenho respostas para este meu profundo desencanto e solidão, como se de repente, eu me enxergasse mambembemente travestida de Miguel de Cervantes, tentando reescrever uma Pasargada itaparicana de Manuel Bandeira, onde jamais, fui ou serei amiga do rei.
Então, meio sem graça, ensaio um sorriso de consolo pessoal, neste novo amanhecer de luz e vida plena, onde sequer despertei, além do consciente...
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