Nesta madrugada, despertei acometida pela psoríase que cruel, queimava as minhas nádegas, agravada pelos contínuos anos de postura física sentada, no exercício da escrita.
Não me pergunto os motivos, que me induzem a buscar seletivamente, personagens humanas ou figuras da natureza a cada amanhecer, afim de descrevê-los em suas realidades num comparativo as posturas humanas e muito menos, a partir de mim, insignificante criaturinha, se comparada com fenômenos humanos, reconhecidamente geniais e merecedores de uma atenção mais apurada.
Não busco mais respostas, depois de quase sessenta anos de escritas compulsivas, até porque, há muito já compreendi que sou motivada por algo metafísico, cujo comando não é específico, mas determinante à minha razão.
Hoje, a figura central de meu interesse, foi a do médico, diplomata e escritor, João Guimarães Rosa que morreu relativamente jovem aos 59 anos, apenas, três dias após tomar posse na Academia de Letras, deixando ao Brasil e a inúmeros outros países, onde a sua obra foi publicada, o seu precioso legado literário.
Penso então, que não foi sem razões que sempre senti constrangimento em ser denominada, escritora, optando desde os meus quatorze anos, quando do meu primeiro texto, tão somente, uma escrevinhadora das belezas desse fantástico universo.
Cada texto ou poesia já escrito por mim, comparo sem cerimônia aos orgasmos de puro prazer e felicidade, sentidos nos beijos, carícias que meu corpo, meus sentidos e minha mente com as consequentes emoções produziram em mim, assim, como cada livro finalizado, foi um filho que saltou das minhas entranhas, após uma gestação algumas das 21 vezes, doloridas, onde precisei, checar o feto na sua originalidade, buscando e tentando corrigir os motivadores de sua imperfeição, levando-me a concluir que sempre fui uma meticulosa parideira de minhas emoções.
Portanto, escritora, jamais serei, falta-me talento, mas com certeza, serei sempre uma escrevinhadora atrevida, vaidosa, narcisista e abusada parideira de ideias e ideais, retidas nos recôncavos do fragmento de vida que reconheço fascinada, existir em mim.
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