Este foi um amanhecer diferente dos sempre diferentes amanheceres desta minha longa caminhada, onde não faltaram grandes emoções e hoje, não poderia ser de outra forma, além de fazer brotar lágrimas de profunda gratidão a Deus, conjunto interminável de energias renováveis que se mantém, fielmente criando e mantendo vidas.
Logo ao abrir o facebook deparo-me com uma postagem do último show de Elton John, após 54 anos de carreira que aconteceu no último sábado que generosamente, foi postado pela querida e linda amiga Márcia Hueb de Oliveira.
Enquanto ouvia, a bobina das lembranças começou a projetar imagens em minha mente, levando-me a concluir que sempre fui abençoada, afinal, faço parte de uma geração que vivenciou lado a lado com o que havia de melhor em quantidades ilimitadas de poetas, musicistas, cantores, pintores, escultores, atores, oradores, políticos, generais, brigadeiros, mães, pais, amigos, sentimentos, emoções, família, cidades, bairros, calçadas, romantismos, bailes, ludicidade, paixão, beijos deliciosos e amooooooor.
Penso então, que ter nascido no Brasil, numa cidade como o Rio de Janeiro, num local como Ipanema, numa pacata e linda família, cercada de grandes personalidades numa época absolutamente profícua em tudo, fez de mim a criatura mais felizarda deste mundo, afinal, recebi exemplos do tudo de bom que a vida tinha para oferecer e se não bastasse, pude no outono de minha vida, escolher a cidade de Itaparica, glamourosamente linda para vivenciar incríveis emoções.
Acho graça quando alguém se surpreende com a minha simplicidade de ser e de viver, absolutamente despida da maioria das necessidades e hábitos sistêmicos que sem os quais, a maioria, simplesmente enlouqueceria, claro que adequadas as suas localizações na pirâmide social.
Como simples, se por todo o tempo usufruo do melhor?
E aí, penso lamentando que também pude ir acompanhando a derrocada do que me foi sendo repassado como melhor , fosse disso ou daquilo e vendo brotar um melhor artificial que pelo gigantismo de uma comunicação imediatista, que não existia em minha época, ocupa mentes, molda hábitos, tão rapidamente que sequer as pessoas tem tempo hábil para assimilarem, transformando a todos em descartáveis ou facilmente moldáveis as supostas necessidades do apenas momento, seja ele qual for, abrindo espaço para que uma induzida liberdade, onde não cabem reais e duradouras posturas, tais como, respeito, solidariedade, ética e paz.
Penso que ao longo do tempo, ao invés de me inserir nesta corrida louca em ter e ser falsamente alguém no seio de uma sociedade de pessoas sem tempo para de verdade existirem, devido as intermináveis contas a pagar de coisas que as fazem pensar que são afortunadas, optei por indução de uma herança educacional rica em valores amorosos e sensíveis, quanto, a pinçar sempre o melhor, muito além das obvias aparências.
E como ser feliz sempre foi a minha única escolha, fosse no que fosse, cá estou, derramando lagrimas de felicidade por ter o que tenho e ser o que sou, recebendo a cada instante, o tudo de bom que a vida incansável me oferece, sempre envolto no brilho real do belíssimo e autêntico.
Simples, eu?
Não se iludam, sou real e muito elitista, só aceito e convivo com o melhor, seja lá do que for, mesmo que não o seja, na avaliação progressista dos tempos atuais...
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