Abro a janela e sou recebida com uma lufada de ar fresco da madrugada que antes de partir, esperou-me para o derradeiro beijo, afim de garantir-me um breve retorno.
Delícia é estar atento aos movimentos da vida por todo o tempo se expressando em conversas esclarecedoras, alimentando o tudo com sua sapiência.
A cada dia, mais intima nos tornamos e isso é simplesmente delicioso, mas houve uma época que me assustava, induzindo-me a crer que minha mente enlouquecia, afinal, como um ser humano, poderia ouvir e sentir os sinais da vida?
Aos pouquinhos fui me familiarizando, relaxando e me permitindo até mesmo, ser louca...
Por que não?
Era tão bom deixar a mente buscar as benditas sensações sentidas, lá atrás, na infância, portanto, nada era novidade, tudo era tão somente, um resgate.
Que bom, poder deixar, perfumes adentrarem em mim, mesmo não havendo canteiros próximos, sentir a maresia, mesmo não havendo mar, sentir o gozo da vida, mesmo estando absolutamente sozinha.
Sentir a proximidade de algum perigo, mesmo estando aparentemente bem guardada, deslumbra-me com um grande amor, mesmo não o tendo ao meu lado.
Respirar fundo e me sentir tal qual a vida, absolutamente plena.
Louca, talvez...
Amante insaciável da vida, com certeza.
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