terça-feira, 1 de julho de 2025

“O POR ACASO NÃO EXISTE”

Há quem diga que a vida é feita de acasos, encontros e caminhos que se cruzam sem aviso, gestos soltos no tempo como folhas levadas pelo vento. Mas há também quem veja, como eu, por trás de cada movimento, uma direção apenas sentida, uma mão invisível que guia, sugerindo o sim ou o não ao roteiro dos dias.  E é nesse sussurro do mistério, mas que está ativo nos animas, no que se inclui, nós os humanos que me ecoa a ideia: o por acaso não existe.

Particularmente penso que tudo tem uma razão, ainda que silenciosa ou aparentemente sem lógica maior de ser. Seja um olhar que se cruza no meio da multidão, a carta perdida que chega tarde, o amor que floresce quando já nada se espera, levando-me a deduzir que nada disso é gratuito, nada disso é mero acaso, daí a necessidade de não banalizar, já que cada momento é um ponto bordado no tecido do destino, mesmo que a princípio pareça apenas um fio solto.


segunda-feira, 30 de junho de 2025

PERDOANDO...

Neste amanhecer sem chuvas e por enquanto, sem a presença dos pássaros, o bendito silêncio reina e estimula a reflexão sobre a importância dos efeitos do perdão em relação a saúde física e emocional.

Utilizar a capacidade de libertar mágoas, ressentimentos e culpas de forma consciente é antes de tudo, um empreendimento que requer determinação, força e autocompaixão.

Fácil?

Mudanças de hábitos, principalmente os cognitivos, jamais se mostram fáceis, exigindo daquele que reconhece seus efeitos maléfico, muita perseverança e amor por si próprio.


domingo, 29 de junho de 2025

O MEU E O SEU TEMPO...

Esse texto eu deveria ter escrito na noite de ontem, enquanto assistia ao Globo Repórter em que o tema eram os baianos da família Veloso, especialmente à Maria Betânia de quem sempre tive a maior admiração, além de ouvi-la continuamente, mas o cansaço de um dia agitado e fora dos meus padrões de pata choca caseira, me impediu.

Todavia, cá estou escrevendo, enquanto, ouço Chopin e beberico o meu pingado, neste ainda escurinho amanhecer, aproveitando apaixonadamente cada instante de vida, mesmo que aparentemente, eu possa parecer aos demais, uma esquisita reclusa, que raramente participa seja lá, do que for e assim, pouco aproveitando seu tempo de vida, optando na maioria das vezes, pelo aconchego da própria casa, dos pássaros e borboletas.


APRENDI A VOAR

Ontem, enquanto, ouvia pela milésima vez a música “Samba do Avião” de Tom Jobim e cantada por Miucha, inevitavelmente deixei-me transportar para o Rio de Janeiro em recordações deliciosas de um tempo e de circunstâncias que este mesmo tempo, associado a outras sucessivas circunstâncias, simplesmente descaracterizou sua essência, sobrando apenas, o belíssimo e inigualável designer arquitetônico que ainda encanta, mas não cria as mais profundas emoções que no passado, inspirou poetas nativos e do restante do Brasil que atraídos pela  sua beleza e fama progressista pra lá migrou.

“Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara”

Um Rio de Janeiro sem preconceitos de origem, que acolhia e oferecia oportunidades a quem talento tivesse, a quem trouxesse na alma, as vibrações poéticas do apenas, belo.


QUE MULHER É ESSA??

Não se iludam com a pose de seriedade, hoje, está sendo mais um amanhecer em que estou me achando, não a última bolacha do pacote, já que minha percepção da realidade ainda não se alterou nesta proporção, mas com certeza, não menos uma delicia de pessoa de se conviver, naturalmente, quando acordo e me acho uma pata choca linda.

Na realidade, depois de escrever bobagens como esta, afinal, sou também filha de Deus com direito a cometer babaquices, tudo que preciso é saciar a fome com um pãozinho francês com manteiga e requeijão e para acompanhar, um chocolate quente.

Assim, mato dois coelhos com uma só cajadada, afinal, além da fome, estou com Frio.

Tudo para disfarçar a falta do meu Roberto, meu delicioso cobertor de orelha, que me agasalhou por cinco décadas, que mesmo, vez por outra se esgarçando, permaneceu me aquecendo sem rasgar até o fim....

Eu, quase sempre soube cuidar de mim, afinal, sempre optei pelas escolhas especiais, pois, jamais se acabam.

Trem bom da conta, sô!

Regina Carvalho- 29.6.2025 Itaparica



sexta-feira, 27 de junho de 2025

POLARIZAÇÃO

Acordei com esta palavra zunindo em minha mente, seguida de outras duas; admiração e respeito.

Por instantes, lembrei-me de quando, em momentos distintos, estive diante de uma autoridade, fosse clérigo (quem obteve ordens sacras religiosas), político, Jurídico, bem diferente de quando, fui apresentada a renomados artistas das várias áreas em tempos passados.

Sim havia distinção sem a qualificação de mais ou menos, apenas, de respeito as atribuições destinadas a cada um, afinal, uns estimulavam a cidadania e os outros aos sentimentos e emoções, num composto saudável de parâmetros que me permitiam admirá-los, sem necessariamente, idolatrá-los. 


quinta-feira, 26 de junho de 2025

HAJA FÔLEGO...

Não sei você, mas de vez em quando, acordo como se tivesse um mundo inteiro me aguardando.

Que coisa estranha é sentar-me na beirada da cama, olhar ao redor e constatar que não há nada, além desta sensação de premência, totalmente inexplicável.

Por um instante, penso em voltar para mais um soninho, mas imediatamente deslizo um pouco o corpo, calço as sandálias, afinal, nada e ninguém me espera, mas ainda assim, sinto que um novo dia começou e que preciso coar um cafezinho.

Sento diante do notebook e enquanto, beberico o pingado, busco inspiração, já que em manhãs como esta, onde a mente se mostra agitada, mostrando seu lado dispersivo, nem a música Meu Bem, meu mal, cantada por Gal Costa que expressa a sempre condição apaixonante de minha alma e muito menos, Adagio Albinoni (Strings and Organ), com os seus intensos violinos, são capazes de aplacar esta incerteza sobe tudo que me ronda.


“O POR ACASO NÃO EXISTE”

Há quem diga que a vida é feita de acasos, encontros e caminhos que se cruzam sem aviso, gestos soltos no tempo como folhas levadas pelo ven...