Há quem diga que a vida é feita de acasos, encontros e caminhos que se cruzam sem aviso, gestos soltos no tempo como folhas levadas pelo vento. Mas há também quem veja, como eu, por trás de cada movimento, uma direção apenas sentida, uma mão invisível que guia, sugerindo o sim ou o não ao roteiro dos dias. E é nesse sussurro do mistério, mas que está ativo nos animas, no que se inclui, nós os humanos que me ecoa a ideia: o por acaso não existe.
Particularmente penso que tudo tem uma razão, ainda que silenciosa ou aparentemente sem lógica maior de ser. Seja um olhar que se cruza no meio da multidão, a carta perdida que chega tarde, o amor que floresce quando já nada se espera, levando-me a deduzir que nada disso é gratuito, nada disso é mero acaso, daí a necessidade de não banalizar, já que cada momento é um ponto bordado no tecido do destino, mesmo que a princípio pareça apenas um fio solto.