segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

PÁGINA EM BRANCO...

São sete e quarenta e oito, tarde para os meus padrões, mas na minha idade, tudo que eu não preciso mais é de seguir obediente, qualquer um deles.

Sai pra lá, chicote sistêmico!!!


Esta deliciosa lambuja de extensão do safado tempo, apressado e danificador, precisa ser vivenciado, obedecendo tão somente, as minhas borboletas, sabiás e beija-flores que, afinal, cuidei com zelo por toda a minha vida e em troca, oferecem-me a mais bela liberdade de me sentir e de escrever.

E aí, lendo os comentários que meus leitores me ofertaram ontem, como não amanhecer  feliz?

Diariamente, essas incríveis pessoas, sequer conseguem mensurar o tanto que me abraçam e me estimulam e, ao expressarem o quanto as minhas palavras atuaram em suas emoções, então, emociono-me, porque, pelo menos para mim é a consagração contínua do meu amor a esta vida, onde o ser humano é a representatividade de sua própria completude.

Neste instante, penso que o mundo seria mais tranquilo se cada criança, fosse estimulada a aprender a reconhecer a vida na sua belíssima diversidade, concomitantemente ao aprendizado de como comer sozinha, fazer suas necessidades no peniquinho , limpar a própria bundinha, ainda adiando presentear ao ainda  tenro ser, o manipulável celular, onde sem qualquer lógica mental e muito menos sensitiva, navega inconsequentemente nos ícones que seus dedinhos apressados pela natural curiosidade direciona, quando, mais sensato, seria mostrar a esta criança, o seu próprio potencial, que é infindável, o que já absorveria sua mente em formação, apenas e tão somente se observando e observando a natureza que se mostra completa em um vaso com uma só planta, num amanhecer e anoitecer, nas disputas de presença, entre o sol e as nuvens nos dias de chuvas fracas, num ir e vir das ondas beijando a areia ou estilhaçando-se num rochedo, assim como no respeito a vida em jamais cortar uma flor de um belo jardim ou que esteja, solitária em meio a aridez de um deserto urbano.

Quem não viu, uma frágil margarida, brotar em uma fenda de asfalto ou calçamento como se gritasse por vida, hasteando com o seu todo de apenas uma florzinha, toda a força e poder de sua própria dignidade em querer existir?

Há mestres zelosos por todos os lados que a vista humana amorosa é capaz de enxergar, se orientada ela for, quando, como uma apenas página em branco do caderno existencial se abrir ao aprendizado.

Deixem as crianças preencherem as páginas em branco com os coloridos que forem enxergando na descoberta das infinitas belezas da vida.

Simples assim...

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