quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

ALÉM DO ARCO ÍRIS... (Desculpem pelo textão)

Nesta manhã, o pensamento que me despertou, fazendo com que eu abrisse os olhos, foi no quanto, posso parecer esnobe e egoísta, escrevendo meus textos e pintando a vida com um colorido especial (podendo parecer fácil para quem está aposentada), enxergada por olhos treinados a desconsiderarem o feio e o danoso, como se em minha mente, não houvesse lugar para um cotidiano a cada dia, mais bruto e insensível.


Os mais íntimos sabem que não é assim( não é mesmo, Consuelo e Lázara?), testemunhas oculares de que a madame Regina, sempre evitou o medíocre e o meia boca, fosse no que fosse e ser impecável era o meu cotidiano numa avaliação de valores, totalmente confusa, até porque, alguns, acompanharam a minha jornada nada fácil ou delicada para uma jovem mulher que para caminhar profissionalmente, precisou engordar e se enfear em muitas ocasiões para sair imune de infinitas situações invasivas, precisou parecer pouco inteligente para poder permanecer em certos ambientes de homens poderosos, afim de poder ouvir e aprender, precisou correr  e se esconder para não sucumbir ao peso da ingratidão e da cobiça alheia, mas que com altivez, encarou e pagou por cada opção errônea ou ingenuidade cometida em um mundo sem perdão para os mais fracos ou  românticos destemidos que desconhecem a covardia de não irem mais além, nem que seja, para reconhecerem que não precisavam terem ido tão longe, assim como loucos  se necessário por estarem enfadados dos sem sentidos aprendizados sobre o inútil sistêmico e, pisar no freio aos 42 anos, diminuindo a marcha, passando a descartar a pesada bagagem a cada esquina, não com desprezo ou inconsequência, mas por estar enxergando uma bendita luz que é capaz de descortinar as muitas possibilidades de poder mensurar o outro lado do arco-íris.

É nessa que me encontro nos últimos trinta anos, a cada instante, enveredando consciente numa floresta verdejante, garantindo a mim, que não vim a passeio nesta vida que, preciso deixar as marcas de minha presença neste mundo, aí sim, com a vaidade gostosa de estar na lembrança de todos aqueles que eu possa inspirar a se curvarem ao amor próprio de buscarem as cores, os aromas, as texturas e os sabores que lhes são afins, para tornarem suas vidas mais legitimamente autênticas e menos repetidamente programadas e que, assim como eu, que não filosofo, mas exponho as possibilidades alcance cotidianamente o sentimento de valer carregar o fardo de parecer aquela meia boca, que tanto em épocas passadas desconsideramos, numa avaliando distorcida. 

A realidade é do outro lado do arco íris, particularmente, passei a precisar dos serviços do SUS para sobreviver e dele, sair viva e cercada de real atenção de quem, nada me deve ou precisa,  e que carinhosamente, chamo de preciosos amigos, ando de carro velho que me leva a qualquer lugar, macio como ele só, justo aonde eu possa enxergar o melhor que a vida pode oferecer, até porque, nestes trinta anos de arco-íris, nada me faltou em fartura e qualidade na medida certa, justo, para não tirar de mim a bendita paz, o sorriso constante e o tempo para apreciar as belezas da vida que fazem com que eu me sinta, brilhantemente saudável, rica, elegante e linda aos 72 anos.

Portanto, ao acordar, há muito não preciso pensar nos boletos a pagar, além dos absolutamente necessários, nos cheques para cobrir ou na pressão dos hábitos de só encontrar beleza e qualidade em “coisas”, cujo custo benefício, arrebenta com os benditos instantes, aonde, pela insensatez de não se enxergar tendo mais que o suficiente para viver com dignidade e muita alegria de se estar abraçando, beijando, amando, sorrindo e dividindo a mesa e os instantes com quem, verdadeiramente gostaria de estar e ainda, oferecendo amor, sem questionar se vale a pena, afinal, a sensibilidade afinada, com certeza oferece o tom adequado.

Portanto, nada mais faço com os meus textos, músicas e baboseiras online que cutucar a sensibilidade alheia, afinal, pessoas que encontraram o pote da fortuna, além do arco íris, querem mais é tornar o seu entorno, também, ricamente feliz.

Isso me fez lembrar um querido parente que em idos do passado, contou-me orgulhoso que sua mansão de 2000m quadrados, no lago Paranoá, tinha 12 banheiros (a família era composta de cinco pessoas). Ouvi atentamente e feliz pela sua conquista, pois, nascera menino pobre, mas intimamente pensei: A que ponto chega o ser humano nas suas sandices fantasiosas de vaidade, afinal, doze banheiros para cinco bundas, no máximo, em momentos pontuais, um pouco mais... Haja detergente para limpar o mofo do desperdício...

Simples assim...

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