Oh! Meu Deus, deste-me a misericórdia divina de me sentir por todo o tempo recoberta da certeza de que sou o que penso que quero ser. Ainda dou minhas derrapadas por causa deste meu temperamento abusadamente espontâneo, quase que volúvel, já que o comandante “in chefe” é sempre o coração que voluntarioso, sai afoito arrastando a razão.
No entanto, em regra geral, sou uma senhora comportada...
Se bem que vez ou outra, quebrar a monotonia das regras, não faz mal a ninguém, no máximo pode deixar um arranhão aqui ou acolá, iguais aos que muitas vezes levei em mim para a casa, deixando minha mãe desesperada e sem saber o que fazer comigo, por ter mais uma vez pulado como uma moleca o muro da escola.
Mas o que fazer se a aula estava chata e minha cabecinha mil vezes referia voltar para casa, apreciando da janela do ônibus as praias do flamengo, botafogo, Copacabana e parte das de Ipanema, pois, logo ele virava para seguir pela Lagoa Rodrigo de Freitas, o que era milhões de vezes mais agradável aos meus olhos e para tanto, valia o esforço de com saia de casimira azul marinho, escalar a caixa d´agua, o muro e mirar no monte de areia do outro lado, numa interminável construção do Clube AABB...
Me sujava toda, inclusive em uma das vezes, a pilha era de cal, podem imaginar a lambança da cabeça aos pés...
Era bom demais...
Não estava nem aí para os olhares curiosos e me preparava para ouvir de minha mãe que eu deveria ser como o Geninho (meu irmão), que apesar de ser homem, jamais lhe causou aborrecimentos, patati ...patata...
As vezes, ainda pulando, podia ouvir os gritos da Dudu, disciplinadora: PINNNNTO!!!!
Era assim que me chamavam na escola Maria Raythe, na tijuca, escola de freiras franciscanas para meninas comportadas, mas para terror das freiras, eu não era...
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