quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Saudades dos 19.710

Ao falar de saudades, enquanto escuto uma seleção de belas canções, não pense que é de tristeza, tão somente de gratidão por Deus ter me doado um ser maravilhoso para dividir comigo, dois terços de minha vida.


Sinto falta da presença, dos sorrisos, do som da voz, do silêncio de corpo presente me guardando como um amigo fiel, enquanto, horas seguidas me punha a escrever, gravar ou conversar com as plantas, das infinitas loucuras e peripécias que juntos desfrutamos, da imensa compreensão com os “pegas” que eu fazia com a Consuelo, no eixão de Brasília, como se duas molecas nós fôssemos, da minha falta de paciência, que causava  espanto ao Dudu, quando você entrava no estúdio da rádio Tupinambá, rogando que eu maneirasse, nas esculhambações costumeiras aos vereadores, e dos últimos banhos de mar em plena pandemia na nossa Ponta de Areia, que como crianças, sorriamos por quase nada e até mesmo, dos inesquecíveis porres que tomávamos juntos, achando que o mundo era só nosso, da perda dos bens materiais, quando então, mais unidos nos tornamos.

Como sentir tristeza, se ao recordar você, só existe o nós, então, sorrisos brotam em mim...

As lágrimas também rolam, mas de pura emoção...

E num misto de sorrisos e lagrimas, penso em você e sinto saudades ao lembrar daquele dia em que você, parou o carro de supetão na praça da Savassi, criando um enorme congestionamento, só para roubar uma flor do canteiro central e trazer para mim, enquanto buzinas nos aplaudiam, as sete da manhã.

Do aparente quase nada, você me fazia feliz...

Como não sorrir de saudades dos 19.710 dias em que você amorosamente, cuidou de mim e eu de você?

Confesso que adorei cada instante, cada beijo, cada sexo, cada molecagem, até mesmo, as muitas raivas e discussões, naqueles dias nada ortodoxos, até porque, apesar deste meu gênio ruim, nada mais para mim importava, além de você e de nossa parceria que de tão poderosa, venceu tormentas inimagináveis.

Ao sentir saudades, recordo e agradeço, rogando a Deus que o nosso amor que de tão infinito, venha de alguma forma servir de terreno vibracional fértil, para as muitas sementes de nosso entorno existencial.

Então, assopras-me o ouvido; vai minha Regina, vida que segue...

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