Hoje, bem cedinho, um amigo me fez lembrar de meu pai e imediatamente sua imagem surgiu em minha mente, sempre elegante, sorridente e irreverente, assim como muito zeloso com a família.
Como rapa do tacho, fui mimada e muito acarinhada, como também protegida.
Ainda me lembro de seus cafunés para eu dormir, da sua implicância com os modernismos que explodiam na década de sessenta e que eram abraçados pela juventude, dando-me a impressão que somente eu, “mocinha de família” da zona sul do Rio de Janeiro, tinha que permanecer enclausurada, esperando um bom partido, para finalmente me casar.
Todavia, todos que apareciam (nem sei como apareciam), ele sempre colocava defeitos, ninguém servia para mim.
Que coisa, hein!!!
Rapaz, a coisa era feia, ainda bem que ele só estava em casa nos finais de semana, assim, sem seus olhos de águia, sequestrei o meu Tiãozinho (Roberto)e juntos, pintamos e bordamos, para desespero de minha mãe.
Bom demais lembrar, o quanto era excitante transgredir a vigilância do senhor Hilton e nessas alturas, também da dona Hilda, que conhecia bem, a filha euforicamente assanhada que tinha.
Bons tempos de alegrias e descobertas que formataram a base que me estruturou por toda a minha vida, privilegiando o amor ao tudo mais, simplesmente belo...
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