As asas de minhas borboletas estão descansadas, afinal, com este calor abrasador, minhas bichinhas, refugiaram-se entre os galhos sombreados da mangueira, deixando os pássaros fazerem o protagonismo com seus constantes voos curtos e rasteiros, numa arruaça de fazer inveja as maritacas que, pasmadas silenciaram, provavelmente, também encaloradas, optando pela quietude.
Conheço tão profundamente meu jardim e meus amiguinhos, afinal, mesmo tão distante, posso vê-los e senti-los, numa magia vibracional que de tão incrível, as vezes me assusta.
Meu corpo aqui se encontra, mas minha alma, jamais saiu de seu reduto de paz e, então, não é difícil descrever os encantos que me seduziram ao ponto de dividir-me, deixando que meu consciente viaje com o meu corpo, mas mantendo minha essência exatamente em meu paraíso.
Meu corpo pode até ser leviano, querendo sob o impulso de uma mente perigosamente atrevida, bater asas e sair, mas minha alma, é de uma fidelidade absurda, jamais abandonando seus amores.
E o que posso ser, sem minha alma?
Nada, absolutamente nada, talvez um arremedo, porque completa só mesmo, quando estivermos juntas e aí, sentir-me-ei inteira...
E como um ser completo, nada temerei, pois, estarei com o controle do meu todo de criatura humana.
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