Adoro gente e com certeza, buscar conhecer melhor a criatura humana, tem sido muito gratificante. Aos poucos, sem nem mesmo eu entender de onde veio a inspiração, fui exercitando a meditação contemplativa, sem necessariamente precisar ter diante de mim, um belo cenário.
Confesso que pensei que a imagem da belíssima serra do Caraça, tivesse sido o grande estopim que despertou em mim, o fascínio que de tão envolvente, levou minha mente a um patamar desconhecido e fantasticamente tranquilo, onde o tempo deixava de ter qualquer importância.
Eu estava equivocada, pois, na realidade, nesses últimos tempos, tenho tido enormes esclarecimentos mentais, através de cenas, aparentemente esquecidas e que me tem trazido entendimentos preciosos, desta minha íntima relação cognitiva.
Na realidade, desde que me é possível lembrar, a contemplação esteve presente, assim como o fascínio que as pessoas despertavam em mim, levando-me a desejar saber como elas eram, além da estética.
Claro que demorei uma eternidade para entender essa minha vocação de bisbilhoteira da alma humana, mas com certeza, sempre senti na pele, as reações que cada uma provocava em mim.
Curiosidade que me foi despertada nos porquês, sempre presentes, motivando-me a querer saber mais e mais, sobre elas, mas ao contrário do que possam pensar, jamais bisbilhotei suas vidas e sim, seus quereres e sentimentos, aqueles que geralmente ficam camuflados, mas que se revelam nas posturas, preferências, meias palavras, roupas, perfumes...
E então, explica-se a minha necessidade em sentir texturas e aromas das peles, afinal, até mesmo um simples beijo cordial na face de alguém me é revelador, pois, como um cão farejador, absorvo seus sabores.
E assim, também foi com o tudo mais, mas admito que as matas e as águas, foram os meus primeiros despertares, onde desenvolvi querer o mais além do aparente,
Pena que não tive o tempo livre necessário na minha juventude para aperfeiçoar esta pratica altamente integradora, mas de certa forma ela esteve presente, como margens seguras a guiar a maioria dos meus caminhares existenciais.
Portanto, escolher Itaparica e o meu mar de Ponta de Areia, não foi um acaso, mas uma necessidade de estar em meio a tudo quanto me era afim, num destes encontros fenomenais em que tudo é absoluta certeza, mesmo que o aparente circunstancial, não seja favorável.
Por que estou escrevendo tão intimamente, as sete da manhã de uma sexta-feira encalorada?
Talvez, porque a saudade de minha Itaparica, seja grande demais e eu, precise deixar meus pensamentos livres para espairecer um pouquinho, porque, afinal, foi lá, na casa despojada em meio as plantas, frutos, pássaros e borboletas, numa rua sem calçamento, onde o lógico plausível adormeceu, que o meu emocional e a minha mente, encontraram suas afinidades, levando-me a compreender, serem os únicos componentes capazes de me fazer sentir, o céu de minha existência.
E aí, o tudo mais deixa de ser prioridade...
UM BOM DIA!
REPLETO DE FIDELIDADE A SI PRÓPRIO.
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