Nesta tarde, ouvindo Sara Vough, impossível não lembrar de meu irmão e sua paixão pela música e suas modulações que eram como vibrações mágicas que o tiravam da terra e o transportavam para um mundo que deveria ser espetacular, pois, não o trocava por coisa alguma, tal qual, mais tarde, já na adolescência, descobri o poder apaixonante das letras, mas não fui tão fiel quanto ele, pois, minha mente fervilhante diante das infinitas vibrações, assim como minha natureza espoleta, tinha pressa em vivenciar muitas emoções, descortinar outras tantas realizações que sequer, tinham espaço na mente devotada à música como ele.
Precisei gastar muitas solas dos pés, nos meus caminhares, beber de variadas fontes para em um certo dia, simplesmente dar um basta e, mergulhar definitivamente nas águas mornas e mansas de minha alma e dela, nunca mais me afastar.
Ao contrário de meu irmão, sempre precisei gritar para o mundo, todo o meu fascínio pelas letras, enquanto ele, realizava-se em poder apreciar os outros, deslizando suas técnicas através das vozes devidamente afinadas e compassadas, pelos palcos da vida.
Ele exercitou sua arte através de muitos, enquanto eu, egoísta e egocêntrica, quis ser e ter tudo numa única frase, num único texto, mas no final, dois curiosos que souberam extrair da natureza suas incríveis vibrações, fazendo de suas vidas, um circular de infinitas direções.
Bom dia e que nesta quinta-feira, seja lá qual for a sua natureza, faça dela, seu voo de liberdade, nas asas do bem-querer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário