Oficialmente, o verão vai começar no próximo dia 21/12, o Natal está à porta e um novo ano se aproxima rapidamente, como se tivesse muita pressa de virar a página do livro de nossas vidas, buscando novas perspectivas e um motivo a mais para seguir em frente com otimismo e disposição.
Sentada na cadeira da varanda, me alivio do calor do verão, que na prática, á muito já chegou, neste outono de mina vida, ainda repleto de muito entusiasmo em restaurar as muitas queimadas das quais sobrevivi, mas que deixaram algumas marcas que não incomodam mais e outras que apenas existem para que eu não esqueça que o fogo existe e as labaredas podem se não matar, mas, com certeza, sufocar o melhor de mim, se eu me distrair e não estiver atenta aos apelos cruéis do sistema que, afinal, criamos e mantemos, como reféns da “síndrome de Estocolmo” a nos aprisionar por todo o tempo.
E neste ir e vir de lembranças doces e também de expurgos emocionais, chego à conclusão de que nasci e cresci na melhor época do século 20; e dele saí para uma espécie de reclusão gradativa e espontânea, justo, quando compreendi que, nos novos tempos, não mais existia lugares para os tolamente amorosos que insistiam em enxergar a vida e a convivência humana de forma poética e despida da hipocrisia que foi se formando e se fortificando através das últimas décadas.
Neste instante, estou ouvindo uma belíssima seleção de músicas que percorrem épocas marcantes, onde a qualidade das letras e os acordes induziam o desabrochar do melhor das pessoas.
Saudosismo?
Com certeza, afinal, como não ter, se aos poucos tudo foi se perdendo em meio a um crescente modernismo, absolutamente necessário, mas que desta vez, veio cruel, atropelando sorrateiramente as benditas etapas e valores que são fundamentais para dar espaço à mente e aos sentidos de irem se adaptando às naturais mudanças físicas e emocionais de qualquer criatura humana.
Olho para dentro de mim e sorrio, porque a cada ano me apercebo mais livre, para carinhosamente me perdoar dos enganos e das muitas fogueiras que eu mesma iniciei, deixando que as fumaças e as brasas da minha insensatez, encobrissem por minutos, horas e até alguns dias, parte do brilho da minha paz, duramente conquistada e que é a mantenedora da juventude de minha alma e de minha empática personalidade.
Mais um ano está terminando e mais feliz do que nunca, eu me encontro, esperando repleta de esperanças pelo próximo, para apenas, saudá-lo e vivenciá-lo apaixonadamente.
Que bom!!!
“Onde houver ofensa, que eu leve o perdão”.
Regina Carvalho- 11/12/2023- Itaparica
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