sábado, 30 de dezembro de 2023

SOCORRO!!!! INVASORES

Quem convive comigo, sabe que jamais fui animada para promover e até mesmo, participar das festas de final de ano, preferindo a reclusão, fugindo literalmente das costumeiras muvucas, onde de tudo rola um pouco, inclusive, a falta de alegria genuína.

Mas tudo bem, faz parte do Show e quem sou eu, pra achar qualquer coisa, não é mesmo?


Por aqui em minha Itaparica, pelo menos os comerciantes e ambulantes, tiram a barriga  da miséria, como acontece em todas as cidades pequenas que servem de cenário para turistas e veranistas curtirem este período e é claro, que por eles, suporto tudo, menos ir confraternizar, pois, dentro de minha lógica sem lógica para a maioria, o mar me pertence e o tenho cada dia do ano inteirinho para nele me fartar, pedir aos orixás proteção e até, nada fazer, além de esbaldar-me como se estivesse de férias o ano inteiro.

 Dói pensar que neste período, relaxar com corpo imerso nas águas mansas e mornas, sentindo as marolas massageando o corpo, é simplesmente impossível, assim como caminhar nas areias claras, podendo deixar os pés afundarem, absorvendo as benditas energias, enquanto, a mente se desprende do corpo, numa imersão cósmica.

Portanto, como uma contumaz receptora destes benditos benefícios há mais de vinte e um anos, impossível se torna dividi-los com uma massa humana que por aqui, só deseja passar um tempo entre o sol ardente e a cerveja e ao ir embora, inevitavelmente, deixa seu rastro variado dos excessos que comete.

Enquanto, a maioria dos seres ditos normais, conta minutos e segundos para a contagem regressiva, para então, celebrar um novo ano, eu, esta anormal Regininha, conta minutos e segundos para a chegada do dia primeiro, quando então, a loucura ameniza, restado apenas, veranistas e turistas, num revezamento quinzenal.

Todavia, só mesmo depois do carnaval é que a cidade volta a sua rotina e então, eu posso tomar novamente posse do meu paraíso, mesmo que ele esteja sendo grilado sorrateiramente por ilustres representantes públicos de algumas secretarias que descobriram um filão que chamo de lucros dos meliantes preguiçosos. 

Vivo com a mente circulando pelo universo, mas não deixo de com o rabo dos olhos, acompanhar impotente, a malfaçatez (acabei de inventar esta palavra) pública.

Ciumenta? 

Claro que sou, e não tenho qualquer constrangimento em admitir, lamentando precisar por questões de segurança pessoal, conter gritos de pura aflição.

SOCORRO!!!! Estão, Invadindo o meu paraíso...

Por Fspbrito - Obra do próprio, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=78325002

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