Acordei agorinha, justo por que minha biologia é programada como um relógio suíço e como tal, jamais falha e ai, se durmo tarde acordo e quero porque preciso, permanecer na cama mais um pouco, mas aí, até, posso ficar, como nesta manhã, mas a pulso, já que voltar a dormir, é simplesmente, impossível.
Todavia, eu não seria a Dona Regina, se não fosse teimosa e birrenta, portanto, senão consigo mais dormir, pelo menos da cama não saio e, foi assim que, fiquei duas horas morcegando entre os lençóis, deixando os ouvidos ouvirem os pássaros chegando e a mente agitadíssima se movimentando, se bem que, ultimamente, ela anda tão vagabunda quanto eu, preferindo resgates a qualquer outra expressão de criatividade.
Agora, pesando nisto, até posso compreender, afinal, com tanta gente “safa” neste mundo de meus Deus, inclusive a minha volta, reciclando, alterando, transformando, pra que serviria mais uma ideia desta senhora do século passado, levando meu cérebro pratico a deduzir que seria, uma perda absoluta de tempo, então, porque não ficar na cama sentindo o cheirinho de mim mesma?
E com esta conclusão do óbvio, penso que não vejo a hora do ano terminar e o próximo chegar, afinal, contrariando como sempre o sistema, odeio este período festivo, sem qualquer constrangimento ou culpa e, posso explicar, exatamente, por jamais ter feito sentido na minha forma de enxergar o mundo.
Natal para comemorar o nascimento de um salvador que só se faz presente em figuras de gesso em meio a um conjunto figurado de outras imagens, chamada presépio que basicamente é uma maquete, uma reprodução do local onde nasceu Jesus Cristo, como estabelecido na tradição cristã. O presépio é um trabalho de arte no qual se retratam o local e os presentes na ocasião do nascimento de Jesus, inclusive os animais.
Até aí, tudo bem, se de verdade representasse o comportamento e os sentimentos das pessoas, o que de verdade não acontece, já que a última intenção solidária da humanidade está a quilômetros de distância da fraternidade e do amor que o cenário propõe despertar, só atraindo os interesses e os olhinhos infantis, levando-as a acreditarem que o mundo é bom, o que ela, logo perceberá ter sido uma tremenda mentira.
E aí, entra a figura do Papai Noel, contradizendo toda à singeleza do Salvador, mentira cruel sobre generosidade que logo, a criança sentirá na pele e nas decepções, depender do vil metal para usufruir ou oferecer.
A mesa farta, repleta de gostosuras, logo ela perceberá ser um privilégio e não uma consequência natural de uma vivência, onde todos os demais, tenham as mesmas oportunidades.
Os sorrisos e abraços, serão com absoluta certeza, a maior decepção, quando dias depois, assistir estas mesmas pessoas, se estranhando, num negativismo amoroso que faz doer até os ossos.
Chega Regina deste desmonte!
Fala-me a razão, já contaminada com os sinos de papelão, as árvores de plástico e com a fraternidade programada...
No entanto, com tanto ainda para destrinchar deste Peru Natalino, lembro que faltam apenas, dois dias para a chegada de um novo ano e com ele, a certeza absoluta de que, nada vai sofrer grandes alterações nos âmagos de tudo quanto, faria desta miserável humanidade, um exemplo da vitória da Salvação, restando uma tal de esperança, sentimento único, capaz de manter o mundo girando e nossas loucuras pessoais em sua maioria enjauladas, já que de ante mão, sabemos pela simples observação que nada, absolutamente, nada mudará na essência da criatura humana, portanto, só bebendo e dançando muito para romper o ano, repletos de sonhos de um mundo melhor, onde a fome, a miséria e a violência de todos os níveis não destruam os presépios das ilusões.
Depois, deste pensamentos esdrúxulos e totalmente inadequados às hipocrisias humanas, só mesmo levantando desta cama aconchegante, na esperança de ainda encontrar meus pássaros e minhas borboletas, amigos e parceiros inseparáveis desta jornada de vida e liberdade que escolhi trilhar, justo, porque tive uma família incrível que seguia ao pé da letra as tradições, sem se esquecer de me mostrar o outro lado da moeda afim de que eu valorizasse a fartura e a paz que nos unia e ao mesmo tempo, realisticamente, não fechasse os olhos para o tudo mais...
O sentimento natalino precisa existir o ano inteiro, despertando as esperanças a cada amanhecer e esta, é uma atitude individual.
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