domingo, 10 de dezembro de 2023

Como um peixe fora d’agua...

É assim, que na maioria das vezes me senti, quando, fora de meu reduto pessoal me encontrei, até mesmo, quando inserida no meio familiar, afinal, meu corpo estava presente, minha total atenção mental, também, mas algo de mim se desprendia e como uma observadora incansável, permanecia além dos envolvimentos emocionais, vindo mais tarde, carinhosamente, trazendo a mim, de forma abrangente, todo o sentido lógico do ocorrido.

Pensei que minha mente se dividia, até que em um certo dia, enquanto tomava o meu desjejum e apreciava ao mesmo tempo, as vaquinhas adiante pastando na fazenda fronteiriça, percebi que na realidade, havia em mim, uma parceria de energias vibrantes, com as quais, eu convivia sem me dar conta e que eram responsáveis diretas pelos meus mais profundos entendimentos, inspirações, intuições e pelo tudo mais que me tornava uma pessoa esquisita, se comparada com as demais que, aceitavam e abraçavam sem muitos questionamentos as circunstância boas ou ruins, nas quais, se viam inseridas.

Regininha, não...


Eu precisava de forma apaixonadamente visceral, entender, mas uma vez entendido, não colocava resistência, não transferia culpas e nem vitórias, passando a vivenciar o que me cabia, mas estranhamente, tendo a sensação de imensa segurança de que seria por um apenas, tempo determinado e que logo, tudo se transformaria.

E assim acontecia, o que foi reforçando a segurança de minhas intuições e ao mesmo tempo, transformando meus instantes presentes, em leves brisas de verão.

Pois, é... Todavia, cá fora, no mundo sistêmico, estou sempre fora de seu ritmo, como um peixe fora d’agua, que não desiste de sobreviver.

Cheguei ao longo das experiências vivenciais  sabendo, infinitamente menos da pratica desta sobrevivência que a esmagadora maioria, mas ainda assim, continuo firme nas avaliações que me blindam das nuvens e das tempestades, mantendo o universo límpido para os meus entendimentos.

Agora, entender e me inserir, há uma enorme distância que, sinceramente, jamais desejei percorrer, afinal, reconheço que até,  seria mais fácil, todavia, a cada passada eu teria matado uma parte significativa de mim e, certamente, eu perderia a visão do céu azulado  e dos constantes arco-íris que me permitiram vida afora, apreciar as mais autênticas belezas da vida.

Regina Carvalho-9/12/2023-Itaparica

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