Hoje, amanheci menos introspectiva, mas ainda com a velha sensação de solitude, como se apenas o silêncio me fosse bem-vindo.
Vez por outra, preciso visceralmente do apenas cantar dos pássaros e de minhas selecionadíssimas músicas, afinal, neste meu mundo especial, meus convidados não são visíveis aos olhos deste mundo de concreto armado, mas absolutamente reais para minha mente e sentidos que deles se alimentam, se restauram, trazendo-me serenidade.
As pessoas a minha volta, estranham, justo, porque mudo minhas posturas de imediato, mas fazer o quê, se ao chegarem, meus convidados com livre trânsito, invadem o salão do meu existir e me preenchem de euforia intima?
Os convidados desta minha festa particular, não tem dia e nem hora para surgirem na porta de meu templo pessoal, elevando-me a um patamar, onde o tudo mais, abre automaticamente espaço para que eu possa, a eles, oferecer toda a minha atenção.
E aí, falar o quê?
Ouvir o quê, além das vibrações que me invadem e me transportam para onde, conscientemente, não sei contar aonde fica, mas posso garantir que por todo o tempo, tudo é muito bom...
Então, fazer o quê a respeito desta abdução que por instantes e até horas, rouba de mim um convívio humano corriqueiro, transportando-me para um mundo totalmente etéreo, mas aprazível, já que meus retornos são suaves e posso perceber-me sensivelmente humana, podendo olhar o meu universo pessoal mais compreensivelmente.
Creio que Deus, generosamente ofereceu-me desde sempre, uma espécie de “retiro” pessoal, onde a vida e eu nos integramos, afim de que, através dele, eu me energize, deixando as coisas do mundo nos seus devidos lugares e não em mim.
“Ó Mestre,
fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado”.
Regina Carvalho-02/12/2023-Itaparica
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