terça-feira, 12 de dezembro de 2023

TANTO FAZ...

Em se tratando de política isso é mais comum do que se possa imaginar, pois, a depender das circunstâncias que favoreçam a pessoa, ela só enxerga o óbvio, que geralmente é o ouro dos tolos, marginalizando os cernes das mais sérias políticas públicas e das cruéis ações que dia após dia, soterram a ética e o respeito, em relação ao erário público aumentando a violência, a fome , a miséria de todas as ordens, assim como também, sem perceber que dia após, dia, mais se escraviza, perdendo qualquer chance de real desenvolvimento pessoal, porque, afinal, a pessoa até, muitas vezes, atinge os seus objetivos materiais, mas jamais, deixa de ser um molambo nas mãos dos manipuladores da fraqueza moral. Afinal, há sempre um ou mais alguéns, mais forte e poderoso, acima seja lá de quem for.


E aí, “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, ficando o ditado popular como mantra mental para se definir ações e reações.

Portanto;

Tanto faz se existe fome

Tanto faz se faltam remédios

Tanto faz se o fardamento não foi entregue na proporção que foi comprado.

Tanto faz se a educação está capenga

Tanto faz se o lixo e o chorume adoecem a maioria

Tanto faz se as impressoras são mais urgentes que as cestas básicas

Tanto faz se os absurdos só se agigantam

Tanto faz isto ou aquilo, desde que o meu quinhão, esteja resguardado...

Quando uma parte significativa da população, apenas vê, mas se recusa a enxergar, cria-se pouco a pouco, o negativismo que representa a ignorância cidadã em relação a ética e a moral, exacerbando o egoísmo individual, tirando da criatura, a força bendita do senso de coletividade, único meio possível de desenvolvimento real de qualquer vilarejo, com status de cidade, como é o caso de Itaparica.

Se olharmos com olhos analíticos e isentos de qualquer outra influência além, da real busca de conhecimentos dos registros da rica história que nos é contada, poderemos sem muitos esforços, constatarmos que infelizmente, o senso individual e de grupo do respeito humano, garantia territorial e liberdade, foram se perdendo em favor do aumento substancial da busca pela sobrevivência pura e simplesmente, como fazem os tigres, leões e carcarás, onde o tanto faz, foi dando lugar a um senso comum de dois tipos de escravidão, já que humanos são dotados de raciocínio  e, portanto, mesmo enfraquecido, é capaz de compreender que; “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

A primeira é aquela que mantém oprimido cada criatura em seu próprio reduto de pobreza, apenas, cumprindo seu papel de procriar, garantindo assim, os redutos da miséria para fins eleitoreiros e o segundo é o espaço garantido aos mais espertos, oriundos dos mesmos redutos, dando a eles, meios de um limitado poder e parco crescimentos social, afim de desempenharem sem dúvidas ou questionamentos, a função maior de feitores da miséria humana, capazes de fazerem o povo iletrado e em sua maioria desnutridos físico e mental, a dançarem nos tombadilhos de seus núcleos, através do macabro estalar dos invisíveis chicotes do individualismo, tal qual, Castro Alves, tão magistralmente descreveu em seu antológico poema o “Navio Negreiro”.

Portanto, pra mim que tive o privilégio de poder compreender o gigantismo da vida e o potencial ilimitado do ser humano, não é difícil compreender o atraso assustador em que nos encontramos, assim, como reconhecer os feitores de nossa política, inclusive, classificando-os em suas devidas categorias hierárquicas, neste contexto sinistro de uma sempre malandragem institucional.

Portanto, mais que normal que os chicotes estalem também em mim e em todo aquele que tenha a audácia de se rebelar, intervindo no combate as continuadas invasões ao direito público, assim como fez a tão declamada Maria Felipa e tantos outros, numa época em que a honra, fazia sentido na vida de todos, mesmo dos mais humildes e carentes, hoje, provavelmente seriam seus ideais, afogados nas profundezas da Bahia de todos os Santos.

Fica claro que, afinal, quando não existem recursos intelectuais argumentativos que sejam capazes de explicar ou justificar as distorções, mantendo uma interlocução saudável e produtiva, baseada e pautada em fatos documentados, usa-se o escapismo, as falácias, as vitimizações, os desvios de intenções do real apresentado e a sempre presente agressividade, como meios, únicos de argumentação.

OBS: Minhas páginas no facebook e no instagram, não são palanques de exposição para os “sinhôs e sinhás da “casa grande” e, tão pouco, para os feitores, portanto, sentir-me-ei no direito de retirar todos os comentários inúteis a um raciocínio lógico.

Regina Carvalho- 12/12/2023 Itaparica

Nenhum comentário:

Postar um comentário

PERDÃO

Ao longo de minha vida, arrependi-me infinitas vezes pelo que fiz, falei , pensei ou escrevi e quando, agora na audácia da arrogância, crend...