sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

BOM DIA!!!

Inspiro fundo e vou soltando bem devagarinho

E neste exercício pulmonar

Deixo a mente livre para voar

Talvez, pensando ou sonhando

Num misto de quente, as vezes frio

De tempos passados, nunca esquecidos.

Penso nas festas natalinas que começam

oficialmente amanhã, parecendo-me a cada ano, mais tímidas

as intenções e ações, fato que venho constatando e inevitavelmente a memória teimosa, resgata inesquecíveis Natais familiares e midiáticos que faziam do mês de dezembro, uma sucessão de preparativos agitados e repletos de expectativas para a sagrada noite do dia 24 e o tradicional almoço do dia 25 e em seguida, uma breve pausa para se acumular energias para extravasa-las no dia 31, em despedidas simbólicas de um ano que em minutos se torna velho, dando passagem a um ano novo, comemorado efusivamente, mesmo que no dia seguinte, afora as tradicionais ressacas, tudo pareça permanecer exatamente, igual.

O que tem acontecido com as tradições e com as emoções humanas?

O excesso de exposição das realidades do cotidiano, tem roubado a capacidade das criaturas em fantasiarem suas vidas ou simplesmente, a elas tem oferecido, mesmo que sem a devida consciência, a invasão desmedida do quão, ocas e absolutamente destituídas de palpáveis e continuados sentimentos afetivos, são essas comemorações ditas, cristãs?

Afinal, além dos presépios, cenografia de alguns ainda lares, praças e shoppings para compor o cenário da ocasião e empolgação das cada vez menores crianças, assim como, motivação exitosa do povo, afim de fazê-lo esquecer por tempo determinado o caos dos abusos institucionais que o mantém numa Sodoma e Gomorra infernal, onde sempre falta a liberdade de subsistir com saúde e segurança, resguardado por uma dignidade social que deveria possuir, mas que ano após ano, não chega.

E aí, aonde mesmo, de verdade, entra o bendito Jesus?

Novamente respiro fundo, agradecendo a este universo grandioso por estar viva e ainda preservando a minha consciência a cada dia mais plena em relação as falácias, compreendendo que se a humanidade não lutar para preservar os folclores existenciais, como referências simbólicas de uma fraternidade em sua maioria, utópica. como estará em termos afetivos e amorosos nos próximos Anos Novos, já que, indiscutivelmente virão, mesmo que muitos de nós, por aqui, já não estejamos.

A solução para esta drástica perspectiva, não seria prolongar, numa tenaz resistência ao longo de cada ano, este restante de real capacidade amorosa que, ainda sobrevive, mesmo que aos trancos e barrancos, afim de aos poucos ir-se preservando os presépios do justo e do nobre, que ainda existe dentro de nós?

Bom dia, com a certeza absoluta de que só com amor, somos capazes de vivenciarmos um final de ano, com plenitude, sozinhos ou rodeados daqueles que amamos.

“Onde houver dúvidas que eu leve a fé”

Regina Carvalho-22/12/2023- Itaparica



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