Noturno de Chopin, faz tempo que não ouço...
Não sei bem porquê, mas que diferença faria, se eu soubesse?
São mais de três anos, vivenciando a sua ausência, mesmo sabedora da razão.
De que me adianta sabe-la, se nada posso fazer?
Os dias amanhecem em sua maioria ensolarados
Estimulando-me a neles me inspirar, num seguir adiante
Mas Deus, como tem sido difícil...
Se por um lado, tenho as asas da imaginação
E voo incessantemente em busca de consolo
Fazendo das brisas, frescor da bendita liberdade
Transformando os sons do silêncio, em melodias de paz
Onde abro espaço pra sentir e admitir
Que sinto falta da corrente
Aquela inquebrantável que nos unia...
Sinto falta de tudo um pouco
Um tão pouco, que me era um tudo.
E se minha paixão pela vida, não fosse tão resistente
Fazendo-me enxerga-lo no sol, nas flores e nos sabiás
Encantos que compartilhávamos
Há muito, teria rompido com Deus
Por leva-lo, sem que eu, pudesse pedir clemência
Transformando meus sorrisos em contínuos, ais de saudade...
Por que, meu Deus?
Eu precisaria conhecer a tenebrosa solidão
Quando tudo em mim, brota vida?
Faz tempo, que não ouço Chopim...
Faz tempo, que não desfruto do meu amor...
Faz tempo, que tudo virou lembrança...
Regina Carvalho-13/12/2023- Itaparica
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