São quase seis e trinta da manhã desta quinta-feira e nada, absolutamente nada despontou em minha mente, afim de que eu pudesse me utilizar para então, escrever.
Novamente “aquele” vazio...
Sinto-me anestesiada, como se minhas emoções tivessem ido dar uns bordejos e tenham me deixado sozinha diante do notebook, com esta expressão apática.
Será que já escrevi sobre tudo que me pareceu relevante nestes quase sessenta anos de registros cotidianos ou, estou apenas, sendo forçada por uma mente cansada, a simplesmente pausar?
Sei lá...
Olho através da janela, buscando algum socorro no jardim, mas até ele, neste amanhecer está esquisito, afinal, ouço os poucos pássaros, mas não os vejo, o que para mim é lamentável, afinal, vê-los voado de galho em galho ou num colóquio de buscas amorosas, como ocorreu na manhã de ontem entre dois sabiás, faz-me esquecer do tudo mais, só havendo lugar em minha mente para os registros do belo e da encantadora semelhança de posturas deles, conosco, ficando difícil descrever o meu encantamento em enxergar-me naquela frágil ,mas esperta sabiá, coquetemente se fazendo de arredia, só para atiçar o galante sabiá que a rodeava, enquanto ela, fingia se esconder sob o telhado, mas tendo o cuidado safadinho de deixar parte de si aparecer aos olhos do pretendente.
Incrível o quanto, nos assemelhamos!
O sol brilha, já cobrindo o telhado da garagem, num abraço suave, como os que tantas vezes recebi em minha vida e que por saber valorizá-los, sinto-os ainda hoje, pois, deixaram impregnados em mim, os seus benditos calores...
São sete horas e eu ainda, nem escovei os dentes e nem lavei o rosto, mas isso não é novidade, afinal, escrever sempre foi a minha prioridade, todavia, hoje, nada tenho para escrever, mas ainda assim, escrevo na certeza absoluta de que em algum momento, despertarei deste torpor e de mim, jorrarão as impressões dos meus sentidos, já que eles estão sempre em alertas, como fomentadores das minhas emoções.
Bom dia pra você que neste momento, tem a paciência de ler sobre a minha falta de inspiração, rogando que o sol deste universo bendito o abrace suavemente, deixando-o aquecido, mesmo que o seu todo de criatura humana, esteja como eu, só precisando de uma pausa.
Regina Carvalho- 28.12.2023-Itaparica
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