Na tranquilidade de minha Itaparica, mas basicamente do mundo que criei e mantenho como solo emocional, não estou livre dos bombardeios sistêmicos e, certamente, jamais estarei blindada dos efeitos contrários às minhas escolhas em todos os níveis, sejam sociais, políticos ou tão somente, humano de simpatias e afinidades, todavia, quando, conscientemente abracei uma ética postural, também fui aprendendo a suportar os trancos e muitas vezes, verdadeira porradas que me foram dadas sem qualquer piedade.
Incrível, foi que para cada uma, ao invés de me enfraquecer, fosse em reação a qualquer situação, mais convicta fui ficando em relação as minhas opções, não por ignorância ou teimosia, mas por coerência a tudo quanto me foi repassado como ético.
Cometi muitos erros, principalmente avaliativos, aonde deixei-me envolver por falácias enganadoras que se apresentavam como verdades ou porque a força da sobrevivência empanava a gravidade da minha vulnerabilidade, mas foi no consciente reconhecimento dessas falhas, que segui corrigindo-me, não numa busca de perfeccionismos, mas para aprender a importância de me manter atenta às tentações, sempre muito coloridas, repletas de boas intenções, mas miseravelmente viciantes e corrompíveis.
E aí, a porrada dói, mas passa, no entanto, para um caráter destruído e mergulhado no vício, a dor deixa de existir, restando apenas, marcas vergonhosamente visíveis e irremovíveis.
E aí, se justificam: “Dane-se a ética e a vergonha na cara, afinal, consegui isso e aquilo” ...
Estamos apreciando impotentes, agigantar-se a proliferação do desvirtuamento dos caráteres, a partir de nossos jovens, formando-se desta forma, futuras gerações sem qualquer vínculo de real humanidade, na mais pura de sua essência etimológica.
Já estamos sendo tão somente, animais dotados de um racional, voltado unicamente para uma evolução técnica e científica, mas sem sentimentos e empatia.
Isso é que é regressão...
Esse texto é dedicado a toda aquela pessoa que não negocia o seu caráter por preço algum, sempre disposta a ser uma resistência, ao feio, ao sujo, ao ignóbil, seja lá do que for, e ainda com capacidade para sofrer as consequências, inclusive de ser chamado de trouxa, idiota e babacão.
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