quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

ÉTICA, JILÓ E CHOCOLATE

Sempre gostei de ouvir os eruditos, principalmente da filosofia e da Justiça, afinal, são empolgantes quando, deixam fluir seus conhecimentos e se por um lado, lê-los me é difícil, ouvi-los será sempre um prazer inenarrável.

Foi através de minha profunda atenção em seus discursos que, aliciei a minha mente a pensar mais profundamente e não tão somente, de forma superficial.

Quando se presta a devida atenção, vai-se mais fundo no valor das palavras e intenções, empregadas num único argumento, assim como se é capaz de observar incongruências ao longo de todo o discurso.

Geralmente, somos induzidos a nos empolgarmos com nomes, sobrenomes, títulos, cargos, enquanto os conteúdos se perdem na admiração ou rejeição ao sujeito em questão.


Daí, constatar-se tantas incompreensões de entendimentos e tantas dispersões avaliativas, criando-se conflitos interpretativos de todos os níveis e isto, que ora menciono, pode ser constatado no que estamos vivenciando em nosso país e nas mais corriqueiras convivências, onde apenas a superfície de tudo é vista e avaliada, ficando em total esquecimento, todo e qualquer conteúdo.

Somos pessoas voltadas aos slogans que empolgam, atraem, mas que em sua maioria, nada representam em se tratando de um real conhecimento, podendo ser comparado com os leitores das orelhas dos livros.

E aí, concluo esta minha reflexão, lembrando de uma palestra da professora de filosofia Lúcia Helena Galvão ao afirmar que não é sem motivo que adoramos chocolate, detestamos jiló e camuflamos  com a ética, mesmo sabendo dos seus benefícios, afinal, chocolate ninguém precisa nos forçar a comer, porque é gostoso e nos atrai, quanto ao jiló, só ingerimos para não sermos punidos de alguma forma ou para sermos premiados, bastando lembrar de quando éramos criança.

“Coma menina (o)e eu te deixo ver televisão ou se não comer, pode esquecer as brincadeiras por hoje...

Assim ocorre com a ética que só é imposta e não exercitada como um hábito saudável a ser assimilado como convicção de bom e agradável nas intenções e  comportamentos humanos, afinal, a ética que é imposta pela coerção, deixa de existir no comportamento natural da criança em desenvolvimento e se prolonga na fase adulta, deixando imediatamente de ser aplicada nos seus atos, quando este(a) tem absoluta certeza de que não haverá punição, tal qual, quando se cuspia ou cope-se o jiló, se ninguém estiver olhando.

Todavia, os tempos foram mudando e com ele o abandono total dos valores, quando deveriam ter sido apenas evoluídos, corrigidos nos exageros, aprimorados nos seus objetivos e aí... Taí, para qualquer um ver e vivenciar as sucursais do inferno, se instalando em todas as áreas da vida humana, até porquê, até mesmo as aplicações punitivas se inverteram.

Ser chamado de ladrão, corrupto, safado é sinal de que o sujeito(a) é foda no que faz...

E quem não quer se assemelhar a um alguém esperto e que se dá bem?

OBS: Ontem, publiquei na íntegra a referida palestra.

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