quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

SIMPLES ASSIM

Iniciei este novo dia de verão, como de hábito, pensando na vida e no quanto, sou responsável por todas as vidas existentes neste planeta, mas acima de tudo, o quanto minhas atitudes são capazes de influenciarem o meu universo pessoal, afinal, há muito compreendi que não existe uma vida isolada, pois, tudo interage, mesmo que sequer eu possa enxergar ou mensurar.

Quanta responsabilidade esta contida numa única vida sem que esta, jamais seja alertada, preparada, estimulada a ter uma mínima noção de sua real importância em meio ao todo em que está inserida.

E aí, como esperar que ela respeite toda e qualquer outra vida, se sequer é capaz de se reconhecer vida.


Não uma vida, porque existe, mas uma vida abrangente, agregadora, capaz de empatizar-se com as demais vidas, percebendo os seus sentires nos demais e verdadeiramente, não desejando que o outro, seja um semelhante ou tão somente, um grão de areia, sofra, sinta e chore, tal qual, acontece consigo, quando de alguma forma, se vê ferido.

Novamente como espiritualista que sempre fui, não posso esquecer do único e bendito ensinamento que o mestre Jesus proferiu a mais de 2000 anos, que de tão simples e óbvio, a humanidade não conseguiu até o momento compreender a extensão de seu conteúdo, preferindo buscar explicações mirabolantes, para uma mensagem tão simples...

“Se o teu Deus, que foi cuidadosamente instalado em tua mente, fazendo-te racional, por ti for amado como teu senhor e mestre, capaz de avaliar o que melhor se adequa a tua natureza individual, sem que o tudo mais te pareças inferior, mas sim, igual a ti, certamente, não acometerás ao outro, seja semelhante ou não, tudo quanto, sentes que a ti, é capaz de ferir.”

E aí, nesta linha de entendimento racional, como não mensurar a tremenda dor que um aborto é capaz de produzir em um ser vivo, ainda nas entranhas de uma mulher?

O corpo é da mulher, mas a vida que se forma dentro dela, pertence ao outro...

Como não comparar as torturas das violências humanas que nos fazem estremecer de horror com a violência íntima?

Como conviver harmoniosamente com dois pesos e duas medidas nas avaliações criminais em relação a vida e a morte?

Se sou capaz de exterminar um ser vivo que se desenvolve dentro de mim, só porque não o vejo, anulando o meu sentir, na busca em acomodar a minha irresponsabilidade em geri-lo, como então, poderei compreender a dor e o desespero de um peixe, por ter ingerido um pedaço de um plástico que um descuidado, largou nas areias e uma praia qualquer?

Quando defendo a inserção da filosofia como prática e não como acúmulo de conhecimentos teóricos, nos ensinamentos das instruções formais, é porque acredito que formar-se-iam seres humanos mais conscientes de suas próprias vidas, desenvolvendo o sentido da integração e interação universal em seus racionais.

E aí...  Deus, finalmente se sentiria amado e louvado, através do respeito, conteúdo maior que desenvolve e estrutura o amor, sentimento que generosamente doou a mim e a ti, que me lê, neste momento.

Simples assim...

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