A novelinha das 18 horas da Globo, cuja audiência está bombando, mostra com uma dolorosa fidelidade, a precariedade das cidades e as posturas dos políticos dos interiores nordestinos, onde ainda existem os coronéis decadentes, meio que falidos, mas mantendo a pose que é sustentada por uma política altamente corrupta, comandada por políticos sem moral, ética e qualquer resquício de decência pessoal.
Se por um lado a qualidade cênica é primorosa, a constatação comparativa dos ridículos apresentados com o que olhos podem enxergar causa arrepios de desgosto, afinal, é tudo tão grosseiramente abusado e vulgar na apresentação dos personagens principais, absolutamente reais, nos nossos cotidianos de cidadãos nordestinos.
A leviandade suburbanamente baranga é um contraponto a todo um progresso social e humano, que já deveria estar norteando esse povo lindo, que tanto merece, frente a um histórico de falta de letramento e dignidade cidadã e humana.
E aí, a velha retórica do rouba, mas faz, voltou com toda a força, nas paradas de sucesso, desta vez, sem qualquer disfarce, sem qualquer constrangimento, quanto aos descarados plágios, afinal, é chique ser bandido...
Falem mal, mas falem de mim...
Que coisa, viu!!
Diante dos descaramentos que viraram status sociais, como não lembrar de Rui Barbosa em seu inesquecível desabafo, frente a sua estrondosa impotência.
Esse meu texto é um lamento, mas também uma imensa tristeza em ver exposta a ferida purulenta ainda existente neste nordeste que amo e que escolhi para viver e por não ter constatado, um só grito de revolta em defesa da proteção de sua imagem, exposta para escárnio de um restante de Brasil, que só lembra de nós, nos carnavais e nas eleições.
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