Tem coisas que simplesmente jamais mudaram e uma delas é a força das moedas e do poder. Por outro lado, também sempre existiram os idealistas que com suas espadas de conhecimentos e determinações, pautados com base numa ética sem firulas, mas irredutível quanto ao justo e nobre, seja no que for, em favor da humanidade, parecendo tolos perdedores, inúteis filósofos, muitos deles queimados em praça pública por uma inquisição que se intitulava protetora de uma fé cristã.
Outros, apedrejados, mortos e sepultados em imundas celas e masmorras de um obscurantismo dominante.
Mas todos, absolutamente todos, esquecidos pela indiferença da própria humanidade que tanto defenderam. Jesus é o maior exemplo de um louco filósofo, mestre da grandeza universal, que valeu menos que os ladrões, assassinos e corruptos de seu tempo.
E aí, fico pensando se esta raça de gente resistente, já não existe mais?
A contemporaneidade com sua tecnologia globalista, vem soterrando visões evolutivas em relação ao ser humano, como se este, fosse peça menor no tabuleiro dos valores existenciais e isso assusta pessoas como eu, que nada representam de expressão e força motora neste sistema social, mas que miseravelmente, pensam e se importam, muito além de si mesmos.
Na noite de ontem, assisti pela terceira vez o filme que narra a saga do filósofo italiano Giordano Bruno que foi um teólogo, filósofo, escritor, matemático, poeta, teórico de cosmologia, ocultista hermético( defendia a teoria da reencarnação e a não finitude da energia da alma, num ciclo ininterrupto de vida) além de frade dominicano, que viveu na idade média e teve como fim de jornada existencial, a fogueira da inquisição e como das vezes anteriores, foquei-me no jogo do poder religioso e político e mais uma vez, constato que nada mudou.
Os porões do poder apesar de serem luxuosos, se mantem como dantes, absolutamente fétidos, ideal para os ratos e baratas que roem a humanidade, geralmente, ostentando um Deus que só a eles protege, ficando todo o restante, na fé irredutível, submisso à devota esperança da atuação da justiça Divina.
E assim como o poeta Castro Alves ou todo pensador daqui ou de qualquer lugar deste mundo lindo e bendito que chamamos de terra, em dado momento, como na composição de Vozes D’Africa, questionamos esse Deus tendencioso que parece só dar atenção ao povo dos porões, deixando todo o restante da humanidade ao “Deus dará”
“Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?”
Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p’ra os crimes meus!...
Há dois mil anos... eu soluço um grito...
Escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus”!!...
Nenhum comentário:
Postar um comentário