sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Faz tempo...

Muito tempo já passou desde o dia em que finalmente, parei de brigar com o malvado tempo que impiedoso, foi destruindo o meu corpo de gazela e por nada de efetivo poder fazer, como resistência, foquei em minha mente, pois, temia que a mesma, abestalhada, seguisse às cegas o impiedoso tempo, tirando o brilho, a criatividade, o prazer.

Não, esse desalmado que fazia despencar peitos e bunda, não haveria de alcança-la, eu não permitiria. 

Como uma leoa, na proteção de sua cria, afastei sem qualquer descanso, cada indício de inércia, acomodação, desânimo e frustração pelo corpo, pois sabia a cada momento que precisaria prescindir cada vez mais, pois o mesmo incapaz, curvara-se ao tempo.

Não, esta seria resguardada com todas as minhas forças e ainda abusadamente, charlaria poemas e prosas diante do espelho, num duelo entre o decadente enxergado corpo e a imponderável e impalpável mente.

Transformei minha mente em contínua primavera, exalando sem tréguas todos os perfumes dos canteiros plantados ao longo do caminho e resgatando sem descanso pássaros e borboletas para manterem ativas as polinizações de meus neurônios que se eu descuidar, serão destruídos pelo safado tempo.

Não, este desalmado só a terá, quando finalmente, cansada, eu resolver descansar, mas até lá, quem decide sou eu...

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