sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

TESÃO CONTINUADO...

Acordei pensando nas minhas imensas limitações e no quanto, já me senti constrangida por não saber realizar tarefas, qualquer criança de sete anos seria capaz.

Levei anos escrevendo textos e ensaios de livros teimosamente em infinitos cadernos e a maioria deles, sequer foram digitados, porque afinal, eu sempre escrevi mais rápido do que o meu Roberto era capaz de digitar.

Essa minha digamos falta de habilidade, não reservei apenas em relação a escrita, afinal, eletro/ eletrônicos sempre me assustaram, assim como fazer baliza para estacionar o carro ou aprender álgebra, dentre outras aparentes indecifráveis atividades para meus neurônios.

Que coisa, viu!!!

Esse lero lero inicial é para exaltar o meu feito de ontem, afinal, consegui postar um pequeno vídeo meu e ainda, colocar música de fundo.


Tá certo que fiquei com cara de paisagem e não modulei a intensidade sonora, mas por se tratar da primeira vez, achei fantástico.

A mesma alegria senti, quando finalmente, descobri que digitar e publicar meus textos me libertava, pois, fui me sentindo mais autônoma, mais senhora de mim, já não precisava incomodar meu filho várias vezes ao dia, coitado...

Por que sempre fui tão lenta para algumas funções sistêmicas e tão ágil para outras? 

Sei lá...

As vezes penso que se trata de preguiça mental, acomodação por ter tido sempre alguém para tomar a frente por mim, mas também penso que na realidade, tem coisas que não fazem sentido na minha placa mãe e só mesmo com o passar do tempo, depois de muitas pesquisas, é que consigo ir aumentando a sua capacidade.

Verdade e que ninguém me ouça, fui sempre muito resistente para com as modernidades que foram se inserindo no cotidiano e que são na realidade, mecanismos de praticidade. Todavia, enquanto elas foram surgindo, também lá estava eu, alheia ao mundo, mergulhada nas profundezas de Sócrates, Descartes e tantos mais, assim como  testando suas teorias nas infinitas observações vivenciais, enquanto o Robertinho do tudo mais cuidava, poupando-me do estresse dos caixas eletrônicos e demais manobras do dia a dia, deixando-me decifrar as manobras emocionais que determinam posturas e sentimentos, labirintos que nunca me  intimidaram, aguçando o meu fascínio em relação  a criatura humana.

Penso então, que para uma inútil, faltou muito pouco...

E aí, poucos entendem a minha insistência em seguir sozinha, se tenho dois filhos incríveis sempre prontos a suprirem minhas deficiências.

Na realidade estou me renovando a cada superação e estes momentos de libertação são o mesmo que quebrar um a um os grilhões de minha sempre dependência disso ou daquilo.

Parece brincadeira, mas é um espetáculo que se renova a cada obstáculo mental superado, afinal, venho descobrindo nos últimos dois anos, que posso ser tudo e muito mais, só cuidando de mim mesma.

E aí, como eu poderia imaginar que nesta idade eu iria sentir tanto tesão continuado?

Rapaz... Vivendo e aprendendo...

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