Adoro analogias e as usei muitíssimo em meus escritos e hoje, não sei bem porquê, depois de ler uma declaração da Bela Gil, a respeito de casamentos abertos, pensei na minha atual situação em relação a Itaparica, notoriamente, o grande amor que encontrei no outono de minha vida.
Foi paixão a um apenas olhar, mas que se transformou num tórrido amor, depois que senti as delícias das texturas, aromas e sabores, deste tudo de bom que, simplesmente domina os meus sentidos e do qual, não posso mais prescindir.
Todavia, amar o meu paraíso, jamais significou, fechar-me a outras belezas sensitivas que se encantam a outros, por que não encantaria também a mim?
Lembro então, de uma grande amiga que numa conversa descontraída, afirmou categoricamente jamais ter sentido ciúmes de seu marido (diga-se de passagem) um verdadeiro Deus grego, que mesmo já estando na casa dos quase setenta, ainda era capaz de despertar fantasias...
“Regina é melhor ter um pudim gostoso pra dividir que nenhuma sobremesa que preste”.
Penso neste instante que ela tinha razão, pois, foi exatamente assim que procedi a minha vida inteira, lambendo os beiços e dizendo amém, pelo meu Robertinho, bom demais da conta...
Se não dividi o bombocado que eu representava, pois, já tive o meu tempo de gostosa, não foi por puritanismo ou por ser mais honesta e sim, por incapacidade de servir a mais de um senhor, mas dar umas espiadas e sentir tentações, assim, como me imaginar saboreando o pudim da vizinha, com certeza e sem hipocrisias, confesso que foram aventuras boas demais...
Não se iludam com os meus cabelos brancos, muito menos com as minhas poesias, pois com ambos, ainda pego carona com pássaros e borboletas e visito o teu jardim se por lá, estiverem aromas e sabores de minha preferência.
Envelhecer sorrindo ainda é o melhor remédio...
BOM DIA!!!
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