Nesta ainda manhã de fevereiro de sol brilhante e ameno, ouvindo Emílio Santiago cantando, EU SEI QUE VOU TE AMAR, como sempre ocorre, me inspira e é claro, como uma escrevinhadora apaixonada, deixo as lembranças inundarem a minha mente, fazendo aflorar em meu rosto aquele sorriso de paz e gratidão.
Paz, conquistada ao longo de uma vida longa, passo a passo, afinal, não caiu do céu e nem estava à disposição, precisou ser conquistada, como ocorre com o tudo mais que seja especial, além do corriqueiro ou do banal.
A paz me foi apresentada, quando ainda criança, meus olhinhos sonhadores vislumbraram o édem incrível de Guapimirim. Meus ouvidos foram invadidos sorrateiramente pelos sons fantásticos daquele pedaço de pura vida, num misto harmonioso dos pássaros, da água deslizando entre as pedras do riacho, da queda da cachoeira que se esparramava incessantemente, deixando que seus respingos como toques de Deus me tocasse, provocando em meu corpo, arrepios, enquanto, fascinada podia sentir os aromas de toda aquela verde vegetação, adentrando em mim, anestesiando-me, mas deixando-me consciente, usufruindo do inédito prazer.
E dali em diante, nem poderia a menininha imaginar que por onde fosse ou estivesse, aquela deliciosa sensação estaria como parte de de seu todo, aceitando o que não poderia ser modificado, assim como, pincelando com os meus quereres, tudo quanto estivesse ao alcance de minha palheta de cores.
Ah! pura sedução...
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