Ouvindo uma seleção de músicas da Estação Primeira da Mangueira, penso que sou uma carioca da gema que trago na pele, na mente, os arrepios das cuicas fazendo gingar os passos malemolentes do samba, assim como trago, no brilho teimoso de meus olhos, as cores da verde e rosa, mais que uma escola de samba, um gene a mais na composição da alma desta apenas poeta, eterna menina que insistente, procura e sempre acha, beleza nas coisas e nas pessoas simples da vida.
E aí, o segredo que o samba ensina no molejo de seu ritmo, é ostentar o quanto é gostoso e gratificante, descortinar a pureza da simplicidade, na potência de uma bateria entrando na avenida, fazendo a galera levantar-se, apenas para render homenagem a poderosa, no seu abre-alas de eterna vencedora, no gosto e na alma do carnavalesco.
Penso que quando eu morrer, nada de lágrimas e nem velas, basta abrirem meus passos no firmamento, tocando por todo o tempo, as músicas da Estação Primeira da minha amada Mangueira e de quebra, o hino do Flamengo para esta mulher, que em momento algum, teve vergonha de ser feliz e de achar a vida bonita, sendo apenas, uma eterna aprendiz.
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