Revendo uma foto que publiquei esta semana, retive-me na postura que eu e Roberto exercitamos em conjunto desde que nos conhecemos, numa manhã acinzentada de novembro de 1966.
De mãos dadas, atravessamos paraísos e desertos, num apoio mútuo de gigantesca parceria, maior que qualquer coisa que poderíamos sentir um pelo outro.
E aí, fico pensando que grande parte das uniões se desfazem, justo porque, as mãos não foram dadas como símbolo maior de uma amizade, que se não existir, deixa fraca a estrutura, podendo a mesma ruir frente a primeira mudança de estação, presumindo-se erroneamente, que o verão se perpetuaria.
Incrível os enganos possíveis de serem constatados, terríveis são os desgastes que se arrastam, lamentáveis são os silêncios que se estabelecem, dolorosos são os rompimentos, onde a indiferença e a mágoa determinam a pauta a ser escrita no fim.
E ficam as sempre mesmas perguntas:
Por que, a emoção desapareceu?
Por que, de tantos enganos?
Por que, deixamos de segurar as mãos um do outro, num resgate constante do calor da paixão?
Por que perdemos o delicado pudor de estarmos sempre bonitos e cheirosos um para o outro?
Por que, queremos por todo o tempo que o outro seja sempre a nossa idealização e não, apenas aquele alguém pelo qual, supúnhamos estar apaixonados?
Por que, não temos mais as mãos do outro, como amparo para os nossos previsíveis tropeços?
Por quê?
Nenhum comentário:
Postar um comentário