domingo, 13 de fevereiro de 2022

POR MINHA CONTA...

Depois, de uma manhã de domingo que começou inerte, mesmo sob um sol delicado e morno, fui aos poucos recuperando o que pensara ter perdido, mas qual nada, antes mesmo do meio dia, esta cabecinha de ventos amorosos, transformou-se numa parafernália de emoções que culminou com a conscientização de que pela primeira vez em minha vida, estou tomando uma atitude, onde os riscos e os prazeres, só serão creditados ou debitados a mim, sem qualquer outra responsabilidade, além de mim e, isso, confesso assustou-me muitíssimo, afinal, constato, que até então, tudo que decidi fazer, o pêndulo era o bem estar de meu marido, filhos, sogros e pais. 


Incrível, como vamos nos desprendendo dos nossos quereres pessoais em função dos nossos amores familiares, o que na realidade é um peso que sentimos, mas que na maioria das vezes, sequer sabemos mensurar.

É aquele espaço que tentamos preencher com as compensações sistêmicas, geralmente, “coisas” materiais que logo em seguida, perdem o brilho de sua função de prazer, nos induzindo a buscar incessantemente mais e mais aditivos compensatórios.

Pela primeira vez, não preciso pensar em mais nada e em ninguém, tendo apenas de decidir por mim mesma, sem bengalas de apoio à covardia natural de mudança de objetivos, quanto ao que quero fazer e aí, medindo as possibilidades de êxito, tremendo nas barras diante do inédito desconhecido relacionamento cognitivo, frente a um novo estado vivencial que venho adiando há algum tempo por pura sabotagem mental.

Percebo abismada que a cada passo evolutivo, novas e surpreendentes lições a vida, lentamente veio me oferecendo para que neste momento, finalmente eu dissesse SIM a mim mesma, descortinando o que seja verdadeiramente o significado de Liberdade. 

Afinal, ser livre é antes de tudo, oferecer alforria a si mesmo, numa gratidão sem medidas ao tudo já vivenciado e com a disposição e humildade necessária para seguir adiante, por minha conta e risco.

Curvo-me fascinada física e mentalmente aos meus parceiros espirituais, tendo o meu JESUS, como comandante in chefe, que pacientemente adubaram o meu caminhar existencial, até neste instante em que senhora de mim, assumo os meus quereres como se cada um fosse,  a consagração da obediência  e dedicação a tudo quanto, precisei renunciar em nome do bendito amor que por todo o tempo, guiou a minha trajetória de vida, sempre em busca da bendita liberdade de existir, apenas sendo eu, e ainda, não abrindo mão de minhas borboletas e dos meus pássaros, prêmios especiais desta fabulosa vida.

E ao me libertar, liberto a todos aqueles que me rodeiam amorosamente, crendo que os amando ainda mais.

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