Nem nos meus mais excêntricos delírios, eu poderia imaginar que eu receberia tantas demonstrações de carinho como as que tenho recebido nesta minha vida reservada, quase reclusa, onde expus-me tão somente, como profissional e mulher absolutamente comum desempenhando os papeis de mulher e mãe.
Neste amanhecer, mais uma vez, nada é comum, afinal, o sabiá esgoela-se sem compreender porque ainda não abri a janela e tão pouco, fui lá fora apagar o holofote e dar a pontual paradinha no caminho para tão somente, agradecer a Deus e ao universo por todas as bênçãos recebidas.
Penso então, no quanto, o melhor que a vida pode oferecer, insistentemente, bateu em minha porta e é claro, que não me fiz de rogada, assim como ontem, que recebi infinitas demonstrações de carinho e respeito ao ponto de questionar a Deus, o que fiz e faço para merecer, ainda mais nesta era de progressiva individualidade.
Ele me respondeu, enviando-me mais e mais mimos e aí, como também sou vaidosa e extremamente manhosa e sempre adorei um cafuné na alma e beijos no meu coração, deixei de perguntas e tratei de abraçar as delícias das carícias que estavam chegando a cada instante, fazendo-me a criatura mais feliz e grata da face da terra.
E aí, o tudo mais, aquelas pequenas coisinhas que insistentes querem tirar o brilho dos meus olhos e a franqueza dos meus sorrisos, simplesmente, se perderam no vazio das emoções inúteis.
O sabiá, agora mais calmo, depois de eu ter ido vê-lo, abre espaço para a passarada que em coro, sonoriza com ternura este meu amanhecer, sendo backing vocal da minha gratidão.
Benditas, sejam todas as formas de demonstração de amor.
Gratidão com o meu amor à todas as mensagens e telefonemas que recebi no dia de ontem, pela passagem do meu aniversário e que continuo a receber neste amanhecer, confirmando a minha já certeza, de que a vida é bonita é bonita e é bonita, não cabendo mais nada a ser considerado...
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