domingo, 12 de novembro de 2023

APENAS...

Perdoe-me a franqueza em dizer que te amo

Perdoe-me a sinceridade em ser o que sou

Não me leves a mal pelo muito que te quero 

Num mundo cruel de infinitos senões.

Perdoe-me se te quero, tal qual, te apresentas

Repleto de falhas, dúvidas e contradições

Gramado verde sem poda adequada

Flor perfumada e esquecida no brejo

Perdoe-me dizer que te amo

Perdoe-me sorver, incansável os teus aromas

Perdoe-me calar, quando muito te tenho a dizer

Perdoe-me possuir-te, sem que tu, sequer percebas.

O “se” isto ou aquilo, lentamente sufoca

Engessa as emoções,

Esfria os sentimentos

Descaracteriza os quereres.

Perdoe, portanto, esta pobre poeta

Passarinho sem asas, caroneira das ilusões.

Que através de um tão somente, olhar

Elegeu-te vida, amor e devoção.

Se não podes ouvir-me, pois nada consigo dizer-te

Que então, me sintas neste, apenas, bem-querer...

Regina Carvalho-12/11/2023- Itaparica



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