Neste amanhecer, opto pelas músicas clássicas, esperando que as mesmas atuem em minhas emoções, abrandando-as ao nível das águas mansas de minha Ponta de Areia, para que se tornem delicadas marolas para tão somente, enlaçarem-me, fazendo despertar o silêncio interior, do qual, preciso tanto quanto, do ar que respiro.
Em posse deste bendito silêncio, sou capaz de ler o teu interior, temeroso, crendo-me incapaz de reconhecer o teu espetáculo de alma, incapaz de não compreender a grandeza do teu respeito, incapaz de simplesmente te amar.
Em posse deste bendito silêncio, transformo-me na borboleta dourada do melhor de mim e em ti pouso suave, como se fosses, um campo perfumado de lírios do outono de minha vida.
Desde o instante em que meus olhos pousaram em ti, e isto, faz tempo, meu silêncio interior te reconheceu como o lírio que pacientemente me preservei e desejei para tão somente, poder delicadamente tocar e assim, o possuir, sentindo a fragrância suave da vida em mim.
Ridículo é o amor, incapaz de se corromper em tempos modernos?
Ridículo é o silêncio que o mantém vivo?
Não...
Ridículo é o ridículo de não se permitir senti-lo.
És e serás sempre, o meu lírio perfumado e eu, a tua borboleta dourada...
Regina Carvalho 16/11/2023- Itaparica
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