Jesus, quando penso no quanto sempre foi difícil pensar e agir no mais autêntico senso de ética, não consigo sequer mensurar como cheguei até aqui, ainda convicta de que é a forma certa de se conduzir uma existência, afinal, o sistema viciado aos maus hábitos, dificulta e muito, numa tração contrária que confesso, às vezes, chego a desanimar.
Afinal, escancara-se a compensação do crime de todas as naturezas e pune-se com veemência a lógica da decência e dos bons costumes, elegendo o bandido à herói e o honesto à fracassado.
Fui reparando que na medida em que o país foi se abrindo para o mundo, recolhendo culturas e hábitos externos, mais difícil ficaram as manutenções dos valores intrinsicamente ligados a ética.
Quanto a moral, está, foi sendo moldada ao gosto de cada freguês, como se diz na linguagem popular.
Reparo que em diversas épocas, não muito distantes, pensava que havíamos atingido o ápice dos desvirtuamentos de todos os níveis, mas aí, percebia assustada, que não, afinal, novas inserções se apresentavam e hoje, novamente, penso que tudo já foi inventado para substituir a forma de se conviver, todavia a experiência me alerta que não é bem assim e que, criativo e cada vez mais confuso, mais novidades chegarão, trazendo atrelado a elas, mais violência, desajustes e indiferença.
E aí, penso em Platão, Sócrates, os Estoicos, os pensadores Cristãos, Spinoza, Rousseau, dentre outros que se dedicaram vivamente ao tema e que neles me debrucei apaixonadamente, estruturando academicamente o que me foi oferecido no seio de minha família.
De repente, em muitas ocasiões li nos semblantes e posturas corporais, suas ironias disfarçadas em um pseud. respeito a mim, totalmente falso, já que vergonhosamente me usavam, me lesavam, crendo que eu não percebia e que acreditava em suas performances, geralmente, mambembes e caricatas.
Tolos...
Nestes momentos, necessitei usar a visão ética aristotélica que explora o comedimento, a moderação, o afastamento de todo e qualquer excesso, ‘caso contrário com um temperamento esfuziante como o meu, sem estar burilado, com certeza explodiria diante das desfaçatezes inomináveis, levando-me a concluir que é exatamente o que acontece por todo o tempo, nos convívios de todas as naturezas, começando nos lares.
Nos dias atuais, ser educado, honesto, íntegro, leal e grato é mérito, quando deveria ser obrigação.
Reconhecer um erro é humildade, quando deveria ser apenas, expressão de uma consciência justa.
Ser gentil e atencioso é babaquice, quando deveria ser respeito.
Penso que a ética não mais existe, pois, perdeu-se a noção do bem e do mau, assim como a moral se fracionou em mil facetas avaliativas do certo e do errado.
Vivemos a era do escancaro das falcatruas, fazendo delas bandeiras de sucesso e poder.
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