Agora a pouco, conversando com um amigo baiano Hildegardo, que passou a adolescência no Rio de janeiro, ele no Flamengo e eu em Ipanema, lembrávamos dos bailes maravilhosos e das elegâncias de nossos trajes, tudo para impressionar o outro ou (a).
Bons tempos, bela época sem violência, com muito romantismo e uma pitada generosa de ingenuidade.
Ele lembrou dos smokins e eu dos longos europeus, que minha tia Nair, a riquinha da família os trazia e só os vestia uma só vez, afinal, como mulher de político brasileiro, quem pagava era o povo e minha mãe, caprichosamente, esposa de um simples trabalhador, remodelava para o meu jovem corpo, economizando nos finais de ano, onde a cada final de semana, alguém colava grau, naturalmente, creio eu, sonhando que eu arrumasse um bom partido entre os jovens médicos e engenheiros, menos era perda de tempo, nem para os bailes eu ia.
A parada era fazer sucesso.... E como fazíamos...
Todavia, nunca sequer namorei qualquer um deles e não sei bem porquê.
Acho que faltou o CHAN que mais tarde, fui encontrar no meu Roberto, não sem antes, navegar nas puras águas azuis dos olhos do meu Jefferson.
Mamãe um certo dia falou, enquanto, eu saía triunfante pela porta da sala rumo ao belíssimo e chique da época, Hotel Glória.
“Abaixa a crina, égua puro sangue”, tenha cuidado para não tropeçar...”
E não foi que a brincadeira pegou!!!
Pegou tanto, que dali em diante, não abaixei a crina, mas de rabo de olho, passei a observar o caminho...
Regina Carvalho-16/11/2023- Itaparica
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