Ouvido um podcast com Roberto Menescal, falando um pouco de sua vida pessoal e musical, imediatamente, pensei na minha, já que em comum, existem além de um Rio de janeiro, maravilhoso, o mar e a música, grandes paixões que nos acompanharam vida afora.
Em dado momento ele afirmou que Copacabana, mudou a vida dele, e aí, minha Itaparica, escancarou-se em minha mente, levando-me a visceralmente, sentir toda a metamorfose que se operou em mim.
Incrível é a força energética que os locais são capazes de oferecer a quem, por encantamento, oportunidade, cansaço, tédio, tristeza, desespero ou quase morte, a eles se entregam, numa busca última de sobrevivência, física, emocional ou ambas, como foi no meu caso, numa procura derradeira da bendita liberdade para poder sentir o gosto da paz.
Posso afirmar que o reconhecimento das afinidades, foi instantâneo, como se fosse um delicioso encontro entre pessoas que se reconhecem, numa simples e gigantesca atração, não havendo dúvidas, por ser genuinamente, verdadeiro.
E aí, tudo dá certo, afinal, o universo generoso se encarrega de ir azeitando aqui e acolá, para que tudo se encaixe.
Todavia, foi quando, adentrei no marzão de minha Ponta de Areia que se descortinava sereno e lindo aos meus olhos, que selei minha paixão, entregando-me sem qualquer reserva, deixando o morno de suas águas banharem o meu corpo, mas principalmente a minha alma, retirando lentamente todo o lodo sistêmico que grudado me consumia, tirando de mim a genuína alegria, assim como me mantinha aceitando a meia boca colorida das infinitas coisas do contínuo engano, para que eu, me imaginasse existindo e sendo feliz.
Qual nada, ali entregava-se um molambo de ser humano que tudo aparentemente mostrava possuir, mas sem qualquer direito de ser livre, para apenas, vivenciar o que sentia ser.
As marolas, foram mãos do divino que como suaves buchas, acariciavam e limpavam, os sol do despertar das manhãs, suavemente, aqueceram colorindo minha pele e minha mente, mas foi nas infinitas caminhadas na areia branca e macia, que fui deixando as pegadas de um passado, cansativo, que as espumas das mansas águas, foram apagando sob um céu incansavelmente azulado, que abriu as cortinas para a visão ampla e irrestrita de um novo tempo.
O tempo passou e são vinte e dois anos deste encontro memorável, duas décadas de revida diária, onde não me faltaram a paixão, o amor, a liberdade, a paz e a gratidão.
E desde então, nua, despida das estúpidas e inúteis necessidades sistêmicas, visto-me a cada amanhecer com a vida que resplandece em mim.
Assim como minha Itaparica e a vida, tornei-me atemporal, senhora do meu destino, com a chave de minha eternidade.
Itaparica, mais que mudar minha vida, amorosamente, deu-me vida. E aí, recordo o capítulo7-7-11 de Mateus, onde Jesus, afirma:
“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á. Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem”?
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