Estranho, ou mais uma apresentação da natureza que jamais se repete, afinal, cadê os pássaros?
Só me foi possível ouvir batidas fortes de asas, cruzando por algumas vezes o jardim e levando-me a pensar, tratar-se de uma ave grande e possivelmente, assustadora, já que foi capaz de fazer calar meu coro matinal.
Este barulho há muito eu não escutava, na realidade era comum ouvir na minha infância e adolescência lá no terraço de casa, local de pouso e descanso de uma dupla de urubus que vagueavam entre a praia e a lagoa e no percurso, faziam do muro do terraço seu habitual Pit Stop.
Será que algum urubu, descobriu meu paraíso e veio fazer uma inspeção, afim de fazer uma paradinha sustentável de paz e frutas entre a praia e os manguezais do mocambo?
A figura do urubu é associada com algumas crendices populares, como a de ser um mau presságio ter um urubu voando sobre a casa ou pousado no telhado da residência. De acordo com a superstição, este seria um sinal de morte.
Será que estou pra morrer, já que não tem mais ninguém além de mim?
Vai se saber...
Agora aos pouquinhos, meus cantadores retornam, todavia, em apresentações tímidas que somente, ouvidos sensíveis e treinados, são capazes de ouvir, deixando o protagonismo para um certo bem-te-vi que insiste em gorjear num dos galhos da amoreira, bem próximo a mim, tirando-me a atenção dos meus escritos.
Exibido demais esse bem-te-vi...
Incansavelmente variável é a natureza, levando-me a questionar do porquê, não aceitamos os diferentes que nos rodeiam, querendo encontrar neles, monótonas semelhanças?
Gente pensante me preocupa
Tem raciocínio, mas em nada lógicos...
Incapazes de perceber no apenas, diferente
O gozo da vida a refletir-se em si.
Regina Carvalho-27/11/2023-Itaparica
👇👇👇👇👇👇
Diferentes que enriquecem o mar e a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário