Nesta noite do último sábado de setembro de 2023, depois, de um dia maravilhoso, onde pude usufruir do carinho de alguns preciosos amigos que me prestigiaram com telefonemas, mensagens, músicas, poemas, atenções pessoais, afinal, minhas caixas de mensagens, minhas redes sociais e minha casa, estão sempre abastecidas de carinho e isto para mim é a gloria, que me abastece de felicidade.
Por esta razão e por outras não menos fundamentais como saúde e paz, é que não me importo de falar da velhice, de me reconhecer envelhecida e achar graça dos meus mais chegados amigos, que me corrigem por eu me intitular velha.
E por que não?
A velhice não deveria ser uma condição pejorativa, assim, como não se deveria justificar a velhice, exaltando a lucidez, o dinamismo e a conservação mental e física.
Tudo a seu tempo, tudo a seu modo...
Quando em dado momento decidi não mais pintar os meus cabelos, libertava-me do preconceito em não querer que me vissem envelhecida.
Que delícia foi eliminar em mim, o que tanto condenei nos demais, quando, os via sendo preconceituosos, sem me aperceber que fazia o mesmo comigo, inutilmente, tentando driblar o tempo, quando, deveria vivencia-lo plenamente.
Sinto-me feliz, justo porque hoje, na condição de uma senhora envelhecida, sinto que me reconheço, me curto, me respeito, me libero e faço escolhas muito mais lúcidas e honestas em relação ao que gosto e quero ainda saborear desta vida que sempre adorei, bem mais intensamente que em outras épocas.
Ao deixar os cabelos alvos, libertei a minha mente e minhas emoções, permitindo-me pensar e desejar o que bem eu queira, sem medo das críticas, mas principalmente, sem medo de mim.
Sinto-me mais honesta, mais autêntica, sem tantas frescuras e normas comportamentais que no frigir dos ovos, nada de verdade representam, além de mais uma hipocrisia que aliena, estressa, angustia, mantem tolas inseguranças e induz a permanentes fugas, num tira tesão continuado.
Se não disponho da mesma agilidade, frescor, ainda me sinto, alegre, saudável e terrivelmente safada, vez por outra também, “pensando naquilo.”
E quem pensa, imaginando-se em meio ao amor sem saudosismos tolos, mas com a gratidão de quem tem o que recordar e ainda desejar, pode ter o físico decadente, mas a alma, adoravelmente madura, seja homem ou mulher.
Se fui uma jovem bonita, gostosa e desejável, hoje, com certeza, sou uma mulher completa, afinal, vivi todas as fases e ainda, sou capaz de registrá-las sorrindo, amando, desejando e quem sabe, inspirando a outros(as) a se libertarem também.
“Veinha” safada, hein!!!
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