A PAIXÃO QUE EXISTE EM NÓS

Acordei tarde, fora dos padrões diário e aí, confesso que perco o ritmo, mais que isso, minha mente fica dispersa e tenho dificuldades para me centrar num único tema, até porque, já precisei adentrar em vários assuntos, respondendo as mensagens de amigos e seguidores, esta vida de celebridade tupiniquim é fogo e aí, já viu, né!!

Ainda bem que tenho a alma de picadeiro e minha mente antes de tudo é de uma criança que só enxerga as molequeiras do ingênuo palhaço, desconsiderando os riscos dos trapezistas e se encantando com o globo da morte com os roncados ensurdecedores dos motores.

E pensando num circo que será sempre o símbolo da alegria e da persistência de artistas que o escolhem, penso eu, justo porque, precisam de um palco livre que, finalmente, compreendi porque jamais desejei estar fechada num único ambiente para exercer a minha profissão e com isso, limitar minhas possibilidades profissionais, já que como uma borboleta arisca, não suportaria seguir os rigores impostos pelas editorias.

E quando tentei, me estrepei, rapaz que temperamento é esse?

Que necessidade é esta de estar sempre escrevendo sob as orientações de minha própria visão, seja lá, do que for?

E que visão é esta que não aceita padrões pré fabricados ou moldáveis de acordo com as conveniências?

Que conveniência mental é esta, que não aceita o definitivo, o radical, o fundamentalista, buscando por todo o tempo, enxergar todos os ângulos possíveis para então, traçar um perfil e defini-lo?

Diante do espelho, não consigo enxergar uma única Regina, afinal, sou um conjunto que ora se harmoniza, ora se estranha, mas uma faceta entre tantas que me formam, com certeza, é a Regina aventureira que sustenta a Regina, permanentemente apaixonada, que sorri e chora por quase nada, querendo por todo o tempo, abraçar e beijar o mundo.

Que nesta terça do início de mais um outubro de nossas vidas, a paixão que existe em nós pelo belo, justo e nobre, se reflita em tudo quanto, venhamos a realizar, não permitindo que o medíocre interfira, afinal, é primavera e os Ipês, explodem em flores.