Próxima da janela, acompanho a claridade deste amanhecer se infiltrando insistente no horizonte, querendo e conseguindo empurrar o acinzentado que teimoso se faz presente, num esforço sobre humano em escancarar-se num sol vibrante.
Assim são os seres vivos de qualquer natureza que logo a cada amanhecer precisam estar abastecidos de tenacidade para o enfrentamento de um novo dia que, certamente, trará circunstâncias nubladas, querendo que o sol da plenitude desista em raiar no horizonte.
Geralmente, nós lindas e egoístas criaturinhas humanas, não somos capazes de nos compararmos com os demais animais ou vegetações, crendo que somos especiais e que o tudo mais quando existe à nossa percepção, é apenas uma força natural sem vínculos de buscas pela sobrevivência, capazes de se reinventarem do simples nada.
Qual nada, assim como nós, precisam resistir as próprias condições de trajetos que indomáveis como os rios, atravessam trechos acidentados, solo raso ou profundo em demasia aos seus volumes d’água, margens destruídas, assim como as enchentes que precisam provocar em si mesmos, afim de transbordarem os seus excessos de dores de todas as naturezas ou, nem sempre conseguindo escapar das securas que os matam inexoravelmente.
Cada ser vivo expressa suas emoções de acordo com a sua natureza, mas todos indubitavelmente, lutam incessantemente em prol da própria sobrevivência, mesmo que aparentemente esteja, belos e firmes, ostentando uma fortaleza inabalável.
Ciente e consciente das dores do mundo, a realidade se mostra presente e mesmo que faça doer profundamente, não fere a grandeza, não menos consciente do espetáculo da vida.
Hoje, não estou pra escrever nem prosas e nem versos
Sequer desejo escutar nem mesmo
as belas e magistrais melodias
Não quero é a palavra de ordem
para esta mente cansada
mente doída, sofrida e desgastada
Não quero falar, nem mesmo ouvir
Não quero nada, além de existir
Sentindo o silêncio, sempre bem-vindo.
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