domingo, 8 de outubro de 2023

QUE PENA!

Eu convivo, tu convives

Eles convivem?

Não sei exatamente...

Às vezes, tudo é tão fugaz 

vazio e sem conteúdo

que mais parece esbarros

de um continuado acaso.

Acaso pintado de cores

Aromas e sabores que não se perpetuam

Cores desbotam, perfumes evaporam

Sabores se estragam

E cá estou entre querer acreditar 

mas duvidando de um real convívio

Onde as cores deveriam ser retocadas

Os perfumes intensificados

E os sabores conservados

Numa continuada e amorosa

Tarefa de apenas conviver...

Trocando saberes e emoções

Dividindo prazeres e dores

Degustando o melhor 

E se necessário o pior

Numa conserva apurada

De amor, respeito e carinho.

Olho pro céu, está azulado

Que maravilha, meu Deus!

Mas ontem choveu...

Ainda assim, o dia amanheceu.

Eu sobrevivi as nuvens e as tempestades

E hoje, desfruto do sol...

Amanhã, talvez volte a chover

Simples assim,

O apenas conviver?

Mas se fecho as portas da tolerância

As janelas da compreensão

Tudo se torna um acaso

Sem viço e sem real sabor.

Estaremos todos num acaso continuado

Em apegos fragilizados

Condenando-nos por preguiça ou inércia

 pelo medo da entrega 

preferindo secar com o pano da solidão

as possíveis tempestades

Fazendo da fuga, um abrigo?

Que pena...

Quanto desperdício, quanta falta de tesão

Quanta negação de vida...

Regina Carvalho- 8/10/2023



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