Eu convivo, tu convives
Eles convivem?
Não sei exatamente...
Às vezes, tudo é tão fugaz
vazio e sem conteúdo
que mais parece esbarros
de um continuado acaso.
Acaso pintado de cores
Aromas e sabores que não se perpetuam
Cores desbotam, perfumes evaporam
Sabores se estragam
E cá estou entre querer acreditar
mas duvidando de um real convívio
Onde as cores deveriam ser retocadas
Os perfumes intensificados
E os sabores conservados
Numa continuada e amorosa
Tarefa de apenas conviver...
Trocando saberes e emoções
Dividindo prazeres e dores
Degustando o melhor
E se necessário o pior
Numa conserva apurada
De amor, respeito e carinho.
Olho pro céu, está azulado
Que maravilha, meu Deus!
Mas ontem choveu...
Ainda assim, o dia amanheceu.
Eu sobrevivi as nuvens e as tempestades
E hoje, desfruto do sol...
Amanhã, talvez volte a chover
Simples assim,
O apenas conviver?
Mas se fecho as portas da tolerância
As janelas da compreensão
Tudo se torna um acaso
Sem viço e sem real sabor.
Estaremos todos num acaso continuado
Em apegos fragilizados
Condenando-nos por preguiça ou inércia
pelo medo da entrega
preferindo secar com o pano da solidão
as possíveis tempestades
Fazendo da fuga, um abrigo?
Que pena...
Quanto desperdício, quanta falta de tesão
Quanta negação de vida...
Regina Carvalho- 8/10/2023
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