Incrível, como as vezes sou acordada pelas energias vibrantes do universo que apressadas, não querem esperar o dia amanhecer.
Então, cá estou ainda esfregando os olhos, entre um gole de cafezinho e uma frase escrita, também pensando, sim porque, não me impedem de questionar esta parceria estranha para muitos, mas reconhecidamente, uma parceria bendita que, nem sei se merecia, afinal, sinto-me tão tola e imperfeita.
Passei a vida ora recolhendo os cacos de mim mesma, ora colando cada um deles, num esmerado trabalho artesanal, disfarçando as marcas da sempre alma renascida, colorindo-a com o brilho do sol, tingindo-a com as tonalidades do verde das matas e dos gramados que sempre me fascinaram, embalando-a com a leveza dos sons dos cantos dos pássaros.
Cacos que mesmo espalhados, permaneceram resguardados pelos perfumes das flores e dos frutos, como se fossem guias de aromas que me ajudaram a compor milhares de vezes, o bendito quebra-cabeça da sobrevivência.
Lágrimas quentes, como as que escorrem agora, foram e são, as águas bentas da minha constante renovação.
Sou como um vaso, mil vezes quebrado, mil vezes remendado, mil vezes, restaurado por energias teimosas e amorosas que silenciosas, tiram-me da cama, fecham-me portas, abrem-me janelas iluminadas, cegam-me se necessário, levando-me aos céus dos gozos e das revelações, zelosamente, cuidando de mim...
Nesta sexta-feira pra você que é gente “normal” e não uma "porra louca", como eu, mando uma beijoca e o meu desejo de que o seu dia seja, absolutamente incrível, recolhendo cacos se necessário, mas agradecendo a vida bendita que usufrui.
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