Depois de uma noite extremamente agradável, ouvindo um amigo de Brasília, cantando e tocando magistralmente o seu violão, com um repertório de primeiríssima qualidade ao ponto de me fazer esquecer do sono, do velho hábito de dormir cedo, do avançado das horas e do fato indiscutível da distância de minha residência dos demais, não sentindo qualquer receio em relação à violência que norteia a nossa Bahia, acordei nesta manhã, sentindo-me leve, livre e solta.
Concluo mais uma vez, que não se pode mudar o mundo e nem o outro, mas com certeza, a nós mesmos em atos de fidelidade íntima, remodelando posturas, numa contínua reciclagem
Maravilha!!!
Respiro fundo e penso no quanto vivenciar Itaparica, não é tarefa para qualquer um, pois, exige desprendimento pessoal, vontade de vivenciar o apenas simples e como ontem, poder junto a uma amiga, admirar uma estrela que insistia em mostrar-se em aparente solidão, mas intensa na luz, iluminando o céu.
Olha lá, Regina!!!
De repente, em meio a leveza do próprio ambiente, cada qual, mesmo tendo sua própria carga de uma longa vida de muitos pesos extras, foi capaz de apenas existir como distinto fragmento universal, exercitando o simples prazer de se sentir, vivendo.
Naqueles instantes, todos eram iguais, ninguém mais que ninguém, preocupado em observar julgando o outro, neste ou naquele aspecto, apenas, homens e mulheres se dando ao direito de apenas “serem” sem máscaras, sorrindo, cantando, numa celebração de vida...
Neste instante, em que registro uma bela noite, penso o quanto, perde-se precioso tempo e felicidade vida a fora, com tudo quanto, tem-se medo, refugiando-se em circunstâncias e apelos de infinitas ordens, apenas como abrigo do imenso temor de apenas existir, vivendo.
Esse texto dedico a Tereza Valadares, “a porra louca” mais incrível do planeta terra, que abriga um coração generoso, uma parceira incrível, uma sinceridade cirúrgica, uma alma iluminada.
Não é sem razões que para alguns, ela assusta, afinal, num sistema maquiado e hipócrita, ser transparente, autêntico, pode ser uma faca afiada nas vísceras do mal acostumado a vivenciar o apenas, “ouro dos tolos”.
Para defini-la, seria mais apropriado compará-la às estrelas, que só podem ser enxergadas e apreciadas em todas as suas dimensões, por aqueles que não temem, olhar para o céu.
Gratidão
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