Confesso que durante toda a minha vida, fui fascinada pelos loucos que traziam o inédito imponderável, que fazia todo sentido em minha mente.
Adoro os destemidos que se jogam num ideal, colocando determinação, disciplina e muita paixão, afinal, penso que este mundo seria muito sem graça se não houvessem os loucos, criaturinhas geniais que superam suas limitações e naturais empecilhos buscando o inusitado, o não pensado e sequer cogitado.
Fascinantes sempre foram para esta minha cabecinha esquisita, que sempre buscou o incrível e o extraordinário e se a pessoa em questão, ainda contasse com poucos recursos acadêmicos, mais ainda os admirava.
Por alguma razão que desconheço, mas que deduzo ser uma aguda sensibilidade perceptiva, sempre fui capaz de pinçar estas criaturinhas fenomenais com a certeza absoluta que seriam para mim, fontes inesgotáveis de conhecimentos de todas as ordens.
Todavia, para ser um louco genial, a criatura precisa acima de tudo, possuir uma alma cristalina, capaz de ser percebida até mesmo, através de uma fala ou imagem, afinal, as vibrações de qualquer criatura, estão sempre circulando em torno de tudo que diz respeito a ela e neste aspecto, a Regininha é razoável na absorção.
Bendito Deus que deixou com que de mim, ao longo de minha vida, se aproximassem algumas fabulosas criaturas que até algumas, deram-me um certo trabalho, afinal, gênio que é gênio, geralmente é sistemático e repleto de manias, todavia, valeu a pena conhecê-los, vivenciá-los e até amá-los.
O genial, necessariamente não precisa ser famoso, mas com certeza, sua passagem terrena é extremamente, rica e gratificante para todos ao seu redor, afinal, são transformadores de vidas e mentes, abrindo leques de possibilidades aos demais, porque acima de tudo, são generosos e justos.
Mas “Puts Grila”, não são nada fáceis de serem entendidos e ganhar suas confianças é um trabalho sem medidas, pois, são capazes de avaliar na sua imensa dimensão o quanto o ser humano pode ser enganoso, hipócrita e traidor e por todo o tempo, testam meticulosamente a tudo e a todos.
Apesar disso, em momento algum, deixam de ser amorosos e é esta dualidade, que me desafia e fascina.
Sou filha de um lindo gênio do mosaico e da construção civil e, certamente dele, tanto eu quanto meu irmão, herdamos o gosto pelas artes, mas foi a genialidade de minha mãe, no tocante a sua liberação para a natação em mar aberto, ao lado de homens na década de 30, que foi vencendo preconceitos mil, inclusive familiar, mas sua persistência a fez conquistar respeito e admiração.
Era bonito vê-la em suas ritmadas braçadas desaparecer no mar bravio de Ipanema em direção ao mar aberto...
Papai se orgulhava e dizia: “Minha nêga, você é macha pra chuchu.”
Décadas depois, ele repetia esse elogio absurdamente machista pra mim.
Eu ria, fazer o quê?
Dela herdei a disciplina e a determinação para viver meus ideais, afinal, nada a impedia de diariamente, fizesse sol ou chuva de ir logo cedinho à praia, fazer os exercícios, enquanto, teve vida e forças para nadar.
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